Conta alternativa é saída para empresas de maconha e bancos
Banco Central uruguaio deve apresentar uma espécie de guia demonstrando que o risco de trabalhar com esse mercado é baixo. Conta secundária pode custar mais aos empreendimentos canábicos.
O Estatal Banco da República do Uruguai (BROU) apresentou uma proposta para que as farmácias que comercializam maconha possam ter conta bancária sem temor de serem encerradas. A empresa X, que comercializa o produto, deverá abrir uma nova conta, na entidade estatal, em pesos uruguaios e em nome de terceiros (ou seja, outra empresa ou nome de titular, especificamente para a venda legal de maconha).
Esta opção, além de custar mais às empresas do ramo, implicará na falta de monitoramento, não solucionando o problema atual. Por exemplo, se há uma empresa que exporta o cânhamo industrial (sem efeito psicoativo) e já comercializou seu primeiro lote a um país europeu, não poderá cobrar o giro sob esse sistema.
Segundo o “El Pais“, o advogado tributarista Leonardo Costa, especializado na prevenção de lavagem de dinheiro, aconselha seguir o modelo aplicado nos Estados Unidos desde 2014: “Naquela época, os Departamentos do Tesouro e da Justiça redigiram um memorando em que, ao demonstrar que o negócio é regulado, as entidades podem prestar serviços financeiros aos proprietários desses empreendimentos”.
No caso uruguaio, o Banco Central (BCU) “deverá apresentar uma espécie de guia que demonstre – para que os bancos comprovem – que o risco de trabalhar com esse mercado é baixo”.
O presidente do BCU, Mario Bergara, tem em suas mãos um projeto do presente guia que tentará uma solução para o problema.
Desde que iniciou as vendas da maconha nas farmácias, duas contas, consideradas de “risco”, foram fechadas. Só no ano passado foram fechadas mais de 4.000 contas, de acordo com fontes do setor ao El País.
A comercialização “iniciou em boa forma”, segue crescendo o número de adquirentes e mais farmácias estão interessadas, “não tem sentido que nossos direitos sejam limitados pelos bancos”, concluiu o ex-Secretário de Drogas, Milton Romani.
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