Chefs e bartenders de Chicago (EUA) veem uma oportunidade na maconha, e no CBD

Fotografia tirada em um bar em Chicago, em vista superior diagonal, que mostra um copo e um bong, ambos de vidro transparente e contendo uma bebida amarela, sendo que sobre o primeiro pode-se ver uma fatia de limão e três folhas pontiagudas que parecem ser de abacaxi; as bebidas estão sobre uma mesa redonda de superfície prateada que lembra a escamas de peixe.

O CBD está sendo incorporado a bebidas e pratos por toda a cidade. Embora a mudança pareça ameaçadora, algumas empresas estão adotando a maconha e oferecendo um espaço inclusivo. Com informações do Crain’s Chicago Business e tradução pela Smoke Buddies

A febre da cannabis está em plena floração, e alguns proprietários de bares e restaurantes de Chicago (EUA) estão experimentando seu primo careta para capitalizar o buzz (burburinho), por assim dizer.

No bar Young American em Logan Square, por exemplo, você pode adicionar o CBD (canabidiol), o parente não psicotrópico da erva, a um shrub de abacaxi, com água de flor de laranjeira e tônico de limão. E isso é apenas o começo.

Derivado do cânhamo, o CBD, que alguns afirmam ajudar a aliviar a dor e a ansiedade, explodiu em popularidade desde 2018, com os consumidores buscando cada vez mais produtos naturais que promovem benefícios à saúde e bem-estar.

A decisão de Illinois de legalizar a maconha recreativa ajudará tanto o CBD quanto o maconha, dizem os especialistas. As pessoas sendo expostas diariamente ao CBD, em coisas como coquetéis e biscoitos, ajudará a desestigmatizar a planta do cânhamo, juntamente com a cannabis em geral.

Embora as indústrias de restaurantes e bares já tenham enfrentado tempos difíceis com o aumento dos custos de aluguel e alimentação, em conjunto com um mercado de trabalho apertado, agora também precisam contender com clientes que optam por fumar e relaxar em casa, em vez de irem ao bar da esquina. Espera-se que a legalização não afete somente o setor de varejo e alimentos aqui, mas não está claro como as pessoas consomem amplamente cannabis, alimentos e álcool. Embora a mudança possa ser ameaçadora, alguns estão adotando a cannabis e o CBD e oferecendo um espaço inclusivo, independentemente do seu vício.

“É fácil pintar (cannabis versus álcool) como um ‘nós contra eles’”, diz Wade McElroy, coproprietário da Young American. “Queremos adotar a legalização da cannabis”.

McElroy e o coproprietário Jeff Donahue abriram o bar no início de 2019 como um conceito de teste para ver se os habitantes de Chicago aceitariam coisas como coquetéis não alcoólicos com infusão de CBD. Ele diz que eles atraíram uma nova clientela que quer a experiência do bar sem a ressaca.

“Estávamos preocupados em mudar a cultura de beber e sabíamos que as pessoas estavam abertas a irem a bares e não beber”, diz Donahue. A explosão na popularidade do CBD e o sucesso dos coquetéis levaram os proprietários a expandir a oferta para seus outros bares, incluindo os populares Estero, Sportsman’s Club e Ludlow Liquors, a partir do primeiro trimestre de 2020.

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De acordo com Virginia Lee, pesquisadora de CBD da empresa de inteligência de mercado Brightfield Group, provavelmente é uma boa aposta. A empresa estima que as vendas embaladas de bebidas com CBD totalizaram US$ 143 milhões em 2019. Espera-se que mais que dobre em 2020 para US$ 334 milhões e alcance US$ 1,5 bilhão em 2025.

Lee comparou o rápido crescimento do CBD ao kombucha, outro produto natural revitalizado pelos millennials que optam por qualquer coisa percebida como holística e saudável.

“Os americanos têm uma enorme sede de bebidas funcionais, e as bebidas com infusão de CBD estão ligadas a essa tendência de saúde e bem-estar”, diz Lee. “As bebidas são um formato fácil para os novatos no CBD experimentarem e a um preço acessível”.

A corrida para atrair consumidores curiosos começou com jogadores grandes e pequenos. No Protein Bar & Kitchen, você pode adicionar óleo de CBD a qualquer shake ou café para combinar com seu frango e quinoa.

O Kuma’s Corner, conhecido por seus hambúrgueres e interiores com temas metálicos, está oferecendo coquetéis de CBD servidos em bongs de vidro. A Marz Community Brewing, em Bridgeport, oferece latas de água com gás infundida com CBD, cola e café.

“Quando vimos bebidas de CBD em outros estados, pensamos: ‘Por que não fazemos isso nós mesmos?'”, o cofundador e presidente da Marz, Ed Marszewski, diz. “Era natural para nós, porque o mercado está mudando. Demografias mais jovens estão escolhendo produtos spirit-free e não alcoólicos”.

Não foi sem seus desafios. O fornecimento de CBD de alta qualidade foi difícil, e a consistência com um produto desconhecido forçou várias iterações que a equipe da Marz experimentou por cerca de um ano.

O desafio central do mercado é a Food & Drug Administration dos EUA. O órgão regulador do governo proíbe o cultivo de qualquer planta de cânhamo que contenha mais de 0,3% de THC, o composto psicoativo encontrado na cannabis.

Também existe uma confusão geral sobre o que pode e o que não pode ser vendido ou que tipos de branding  e reivindicações os vendedores podem fazer. As alegações de saúde do CBD ainda não foram comprovadas em estudos definitivos, exceto como um remédio contra convulsões. Os especialistas duvidam que regulamentos claros e concisos apareçam no curto prazo, com fornecedores de CBD atolados em um lamaçal burocrático.

Mas isso não está impedindo as pessoas de levar o CBD ao seu limite legal. Em cidades como Los Angeles e Nova York, onde o CBD e a cannabis tiveram um avanço, os restaurantes servem itens como sundaes de sorvete com molho de caramelo e CBD e tater tots com um condimento de CBD que combina ketchup e maionese de sriracha.

É provável que os chefs e bartenders de Chicago adicionem seu próprio toque nos próximos meses e anos.

Coquetel de malort com CBD, alguém?

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#PraCegoVer: fotografia (em destaque) em vista superior diagonal que mostra um copo e um bong, ambos de vidro transparente e contendo uma bebida amarela, sendo que sobre o primeiro pode-se ver uma fatia de limão e três folhas pontiagudas que parecem ser de abacaxi; as bebidas estão sobre uma mesa redonda de superfície prateada que lembra a escamas de peixe. Foto: Emporium Popups.

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