Cervejarias temem perder mercado para maconha nos EUA

Fotografia mostra a linha de produção de uma fábrica de cerveja, onde vemos garrafas enfileiradas de cor âmbar pronta para serem enchidas. Ambev.

Cerveja e maconha combinam? Não para muitos produtores da bebida nos EUA, que temem uma queda nas vendas nos Estados onde a erva agora é liberada. Para a Boston Beer Company, por exemplo, “é possível que o uso legal da maconha afete adversamente a demanda pelos produtos da empresa”. As informações são Financial Times via Folha de S.Paulo

Um setor vem acompanhando os avanços da legalização da maconha em Estados dos EUA com certo desconforto: os fabricantes de bebidas alcoólicas, cujos produtos movimentam US$ 200 bilhões ao ano.

Ainda que álcool e maconha possam parecer compatíveis para algumas pessoas, há produtores de bebidas que temem a maconha como concorrente, e algumas organizações setoriais chegaram a doar verbas para campanhas de combate à legalização.

Em referendos neste mês, cinco Estados decidiram se legalizariam ou não o uso recreativo da maconha, e Maine, Massachusetts e Nevada, além da Califórnia, aprovaram a medida.

A Boston Beer Company, maior fabricante de cerveja artesanal dos Estados Unidos, com marcas como Samuel Adams, acredita que o afrouxamento das leis de controle da maconha representa risco para suas vendas.

“É possível que o uso legal da maconha afete adversamente a demanda pelos produtos da empresa.”

Em Massachusetts, a organização setorial Comitê de Ação Política dos Distribuidores de Cerveja doou US$ 25 mil neste ano a uma campanha de combate à legalização.

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Trevor Stirling, analista da corretora Bernstein, diz ser compreensível que a Boston Beer -que realiza a maior parte de suas vendas nos EUA- defina a legalização como fator de risco enquanto as grandes fabricantes internacionais de cerveja, como a Anheuser-Busch InBev, que produz a Budweiser, não o fazem.

“A cerveja artesanal tende a atrair compradores mais jovens e mais hipsters, e a probabilidade de que eles também consumam maconha é alta”, disse Stirling.

“O consumidor típico da Budweiser -um operário-, por outro lado, apresenta menor probabilidade de fumar maconha, e com isso o risco é potencialmente maior para as cervejarias artesanais do que para os grandes fabricantes.”

Outras empresas de bebidas também estão preocupadas. A Brown-Forman, sediada no Kentucky, fabricante do uísque Jack Daniel’s, lista a “potencial legalização do uso da maconha” como fator de risco em seu balanço.

Se existe algum indicador, dados recentes do Colorado, o primeiro Estado a autorizar a venda de maconha para fins recreativos, em 2012, sugerem que a venda de maconha não está necessariamente prejudicando as vendas de álcool.

A arrecadação tributária do Colorado com as vendas de cerveja, vinho e outras bebidas alcoólicas cresceu 4,5% nos oito primeiros meses do ano, o que representa alta ante o crescimento de 2,7% registrado no mesmo período de 2015 e sobre o 0,1% de 2014.

Nos EUA, 14% dos adultos admitem usar maconha -bem abaixo dos 70% que consomem álcool e dos 25% que fumam tabaco, segundo o grupo de pesquisa Cowen.

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