Cannabis pode reduzir uso de opioides em pacientes com dor nas costas e osteoartrite
A maconha medicinal pode ser uma alternativa, dispensando o uso de drogas para controle da dor como a morfina, de acordo com novos estudos
O acesso à cannabis medicinal pode reduzir ou até eliminar o uso de opioides para controle da dor para pacientes com dor crônica nas costas e osteoartrite, de acordo com dois estudos apresentados na Reunião Anual de 2022 da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos (AAOS).
Liderados por Asif M. Ilyas, MD, MBA, FAAOS, os estudos também demonstraram que os escores de dor e qualidade de vida melhoraram depois que os pacientes foram certificados para maconha medicinal.
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“No cenário da atual crise de opioides, devemos identificar alternativas que possam mitigar a dependência de opioides para controlar a dor”, disse o Dr. Ilyas, diretor do programa da bolsa de cirurgia de mão e extremidades superiores do Rothman Orthopaedic Institute e professor de cirurgia ortopédica no Hospital Universitário Thomas Jefferson, na Pensilvânia (EUA). “Neste momento, não estamos defendendo o uso rotineiro de cannabis medicinal ou dizendo que é uma opção melhor, mas nossos estudos mostram potencial”.
Os dois estudos revisaram dados de prescrições de opioides preenchidas para pacientes com dor crônica nas costas e osteoartrite que foram certificados para acesso à cannabis medicinal entre fevereiro de 2018 e julho de 2019. A média de equivalente de miligrama de morfina (MME) por dia de prescrições de opioides preenchidas seis meses antes do acesso à cannabis medicinal foi comparada à das receitas emitidas seis meses após os pacientes terem acesso.
Os dados de dor nas costas musculoesquelética crônica mostraram que:
- Houve uma diminuição significativa na média geral de MME por dia após uma prescrição de cannabis medicinal, de 15,1 para 11.
- 38,7% dos pacientes caíram para zero MME por dia.
- Os pacientes que iniciaram com menos de 15 MME por dia e mais que 15 MME por dia tiveram reduções significativas, de 3,5 para 2,1 e 44,9 para 33,9. As porcentagens de pacientes que caíram para zero MME por dia nesses grupos foram de 48,5% e 13,5%, respectivamente.
- Em comparação com a linha de base (três, seis e nove meses), os pacientes relataram melhora na intensidade, frequência e função diária após o uso de cannabis medicinal.
- Os pacientes que usaram duas ou mais vias de administração de cannabis medicinal apresentaram uma diminuição significativa no MME por dia, de 13,2 para 9,5.
Para o tratamento da osteoartrite, após o acesso à cannabis medicinal, o estudo demonstrou:
- Uma queda significativa na média de MME por dia de 18,2 para 9,8. A queda média de MME por dia foi de 46,3%.
- 37,5% de pacientes indo para zero MME por dia.
- Diminuição dos escores de dor dos pacientes, de 6,6 para 5 e 5,4, em três e seis meses, respectivamente.
- Aumento do escore de qualidade de vida de 37,5 para 41,4, em três meses.
Um estudo separado, publicado na Pain Physician, também mostrou que o tratamento à base de cannabis está associado a uma redução no consumo diário de opioides por pacientes com dor crônica
Os pesquisadores do Instituto de Medicina da Dor do West Penn Hospital, na Pensilvânia, observaram uma diminuição média de 73,3% no MME por paciente diário de 49,9 para 13,3 MME.
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#PraTodosVerem: fotografia mostra um vidro de tampa de cores brancas e de madeira preenchido com substância amarela e, mais atrás e à esquerda, uma pequena tigela branca contendo buds de cannabis secos, sobre uma superfície cinza-claro. Medical photo created by freepik – www.freepik.com.
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