Cânhamo vira alternativa ao concreto na Costa Rica

Fotografia em vista superior de duas mãos que seguram uma porção de fibras de cânhamo, fazendo um formato de coração,  e ao fundo, fora de foco, pode-se ver sacos abarrotados de mais fibras. Concreto.

Para muitos pode parecer incrível, mas na Costa Rica já se constroem casas “de maconha”. Especificamente, uma variedade conhecida como Cânhamo ou Hemp, em inglês, que substitui o concreto.

Este conhecimento ressurge das cinzas das construções com fibras para se colocar como uma opção ecológica antes do cimento e do concreto, das construções convencionais.

Do cânhamo pode se obter uma enorme variedade de materiais e usos: desde papel, roupa e comida, até a sua capacidade como material de construção. De Israel à França — maior cultivadora de cânhamo da Europa —, passando pelos Estados Unidos, o material tem ganhado força dentro de um perfil de proprietários que buscam estilos de construção e de vida saudável com condições bioclimáticas.

Na América Central, a empresa costarriquense Zegreenlab, criada em 2011, se deu à tarefa de introduzir este conhecimento no país. Após 5 anos, inauguraram oficialmente a primeira casa construída inteiramente de cânhamo.

Mas afinal, qual é a grande diferença da casa tradicional para as construídas com cânhamo?

Ashley Javogue, coordenadora de projetos da Zegreenlab, disse ao portal MCN que o projeto foi feito “para termos algo concreto de como se constrói com Hemp, ao se adequar nos métodos de construção costarriquense”, além de proporcionar que as pessoas tenham uma experiência real.

Diante de um ambiente fresco e saudável, que comprova a teoria de que o material é um ótimo isolante térmico, e feliz com o resultado, Javogue conta que “é uma técnica fácil de empregar. Passamos pela época das chuvas e não aconteceu nada”.

Leia ~ Cânhamo: os lares que a planta da Cannabis construiu

Revolução verde

Além da sustentabilidade do cânhamo, os acabamentos modernos dão uma aparência menos rústica, o que pode tornar o cânhamo um atrativo para todos.

Com uma casa modelo construída com cânhamo e disponível para as pessoas terem uma experiência real, a coordenadora da empresa acredita que as pessoas estão se conscientizando e buscando outras opções às já existentes.

“Quem constrói deve ter acesso a este ‘know how’, esperamos que as próximas construções possam utilizar este método de construção durável nos países tropicais”. Confira abaixo algumas fotos da casa:

#PraCegoVer: fotografias que mostram os interiores de salas, banheiros, lavabos e quartos construídos com materiais feitos com a fibra do cânhamo; pelas janelas, portas e acima das paredes (construção sem teto), pode-se ver um ambiente de natureza com vegetações e lagos.

EUA: Mais de 80 anos de proibição pode chegar ao fim

O mundo redescobriu o cânhamo em 1980, desde então é uma opção viável para construção nos lugares onde já há legalização do cultivo para este tipo de maconha.

Mesmo com a atenção voltada às suas fibras, desde os anos 80, o cultivo do cânhamo tornou-se ilegal em 1937, sob a Marihuana Tax Act — ato fiscal da maconha—, elaborada e implementada pelo proibicionista Harry Jacob Anslinger.

Após oito décadas de proibição do cânhamo, parece que chega ao fim o período sombrio do Hemp. O Congresso dos Estados Unidos aprovou recentemente (12) o projeto de lei que legaliza o cultivo do cânhamo em larga escala.

A medida legaliza o cânhamo como um produto agrícola e o remove da lista de substâncias controladas. Aprovada por Democratas e Republicanos, trata-se de uma oportunidade para os agricultores norte-americanos.

Se for sancionada pelo presidente Donald Trump, a medida abrirá novas oportunidades de negócios canábicos em todos os 50 estados para qualquer uso, incluindo produção de flores para extração de canabinoides.

#PraCegoVer: fotografia (capa) em vista superior de duas mãos que seguram uma porção de fibras de cânhamo, fazendo um formato de coração,  e ao fundo, fora de foco, pode-se ver sacos abarrotados de mais fibras.

mm

Sobre Dave Coutinho

Carioca, Maconheiro, Ativista na Luta pela Legalização da Maconha e outras causas. CEO "faz-tudo" e Co-fundador da Smoke Buddies, um projeto que começou em 2011 e para o qual, desde então, tenho me dedicado exclusivamente.
Deixe seu comentário
Assine a nossa newsletter e receba as melhores matérias diretamente no seu email!