Big Data e IA: como a tecnologia deve ajudar a indústria da maconha
A tecnologia à serviço da bilionária indústria canábica mira não apenas no produto em si, mas em serviços e mercados auxiliares que sustentam seu crescimento. Saiba mais no artigo de Nicole Martin para a Forbes
O Big Data ajuda a impulsionar todos os setores. Quando usado de forma eficaz, pode reduzir os custos operacionais e deixar o negócio mais eficaz. O mercado de cannabis legal dos EUA foi avaliado em US$ 11,9 bilhões, em 2018, e deve chegar a US$ 66,3 bilhões até o final de 2025. Com esse tipo de crescimento, a coleta e o uso de dados são essenciais para a indústria da maconha de várias maneiras.
O produto
O acesso a uma grande quantidade de dados permite que os produtores otimizem mudanças e variáveis ambientais. Os cultivadores podem até adaptar o nível de CBD que desejam e mudar a composição genética para produzir os tipos que vendem melhor.
A inteligência artificial também começou a causar um grande impacto na indústria, com o aprendizado de máquina levando em consideração todos os dados e dando sugestões sobre o que mudar no processo de crescimento, mesmo de hora em hora. Em seguida, ele tem a capacidade de alterar automaticamente a temperatura, a luz e outros aspectos que ajudam as plantas a se desenvolverem bem. À medida que o algoritmo avança, haverá menos necessidade de mão-de-obra manual de alta manutenção na produção de plantas de maconha e aumentará a produção agrícola. Com um sistema orientado corretamente por dados, as empresas de IA podem reduzir o custo de energia e o desperdício e aumentar o retorno sobre o investimento.
Entrega
O cultivo não é a única área que a Inteligência Artificial pode ajudar no setor. Tão importante quanto produzir as colheitas é a capacidade de as entregar com eficiência e rapidez. Muitas startups começaram a procurar maneiras de usar a tecnologia para melhorar a movimentação do produto nos Estados Unidos.
A Eaze, em particular, localizada na Califórnia, usa a tecnologia para fornecer entregas de maconha por meio de um aplicativo próprio. Atualmente, eles usam dados para ajudar os varejistas de maconha medicinal a prever a oferta e a demanda e, assim, alterar o estoque e planejar a entrega com base nas informações coletadas.
Venda
À medida que a legalização da maconha se espalha pelos EUA, além do uso medicinal, haverá um rápido crescimento nas empresas que querem uma fatia desse bolo multibilionário. No entanto, isso implica em concorrência de preços, que irão diminuir à medida que a concorrência aumentar, enquanto a demanda pelo produto crescerá. Isso proporciona uma grande oportunidade para a utilização de Big Data, a fim de obter insights sobre os concorrentes e auxiliar as táticas de marketing, branding e vendas.
Os dados permitem que as empresas tomem decisões, acompanhem tendências e segmentem os mercados certos.
Empresas de análise como a Cannabase têm usado dados para ajudar a informar essas empresas sobre as decisões certas a serem tomadas nesse mercado. Eles fornecem informações em tempo real para produtores e varejistas atacadistas, ajudando-os a antecipar tendências de mercado, mudanças de preços e flutuações de volume nos mercados medicinal e de recreação. “As operações baseadas em dados são as mais prováveis de se manter”, diz Jennifer Beck, cofundadora da Cannabase.
Regulamentação
A regulamentação é um dos maiores desafios de uma empresa de maconha. Tarefas normais como seguro, segurança de pagamento, logística de transporte e outros pontos podem tirar a capacidade de se concentrar no marketing e nas vendas do produto.
No Colorado, a MJ Freeway oferece um produto de rastreamento agrícola que ajuda os produtores licenciados a gerenciarem seus negócios e cumprirem as regulamentações. Empresas como esta podem ajudar a eliminar as tarefas diárias e permitir mais foco no produto.
A cannabis veio para ficar. Haverá um crescimento significativo nos próximos anos, por isso, é importante que as empresas do ramo mantenham dados e usem a inteligência artificial a seu favor.
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