Ativismo se despede de mais uma guerreira. Vá em paz, Mª Antônia!
Nota de pesar pelo falecimento de Maria Antônia Goulart.
Hoje o ativismo canábico e muitos amigos estão de luto pelo falecimento da militante Maria Antônia Goulart. Um dia de dor e de tristeza para quem acompanhava a luta desta guerreira em prol do uso medicinal da maconha.
Às 3h20 da madrugada, do dia 07 de maio de 2018, aos 69 anos, Maria Antônia descansou da sua batalha contra o câncer e nos deixou. Mª Antônia foi uma das precursoras no Brasil a propagar, sem medo e com muita paixão, os poderes da cannabis na saúde e vida das pessoas.
Apologia à Cura. Com a iniciativa de reunir depoimentos de diversos pacientes que fazem ou fizeram uso da maconha no tratamento de alguma doença ou condição e aproximando e explanando cada vez mais os benefícios medicinais que a erva proporciona à sociedade, essa foi sem dúvidas uma das obras mais importantes da artista plástica.
A página “Eu uso maconha medicinal” no Facebook, que foi iniciada em fevereiro de 2014, reúne depoimentos de pessoas que superaram doenças e condições com o auxílio da maconha, como o da própria Mª Antônia em que contava como iniciou sua militância canábica, após sofrer de um câncer no intestino e fibromialgia.
“Eu me sentia muito frustrada porque eu não podia falar a respeito. Vi gente morrer de inanição. E eu, fumando maconha, tinha fome e comia” – Mª Antônia.
Fora das redes sociais, o ativismo de Maria continuava a ser propagação, seja nas ruas através da marchas, em talks e até no Senado, dos benefícios da maconha na sua saúde e na das pessoas com condições similares. Em 2014, Maria Antônia participou, com a galera da Smoke Buddies e toda a militância, das audiências públicas da SUG8 no Senado Federal:
Em Janeiro de 2017, Mª Antônia descobriu um novo câncer no cérebro. Para qualquer um seria motivo para se afastar, se desesperar, mas para Maria era mais um propósito, um motivo para propagar a luta pelos benefícios da maconha no auxílio de tratamento de diversas condições e doenças.
Nesta mesma época, Mª Antônia, com 68 anos, foi operada do câncer no cérebro no hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Enquanto estava na UTI, ela detonou mais um paradigma ao conseguir, com consentimento dos médicos, vaporizar maconha para aliviar a falta de apetite e vômitos dentro do hospital.
O vigor de sua luta continuará correndo nas veias e memória dos militantes e amigos que hoje choram. Com muito pesar desejamos força aos familiares, amigos e que Maria Antônia alcance a paz suprema.
Leia:
#PraCegoVer: Fotografia de Maria Antônia com uma camiseta preta com o desenho da folha da maconha sobre o símbolo da cruz vermelha e escrito em cor rosa “Salva Vidas”, e ao lado, em sua cama, seus vaporizadores onde fazia o uso medicinal da cannabis.
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