Amsterdã estuda eliminar produtos à base de cannabis de lojas turísticas

Fotografia frontal da fachada da head shop Pipe Dreams, com paredes ilustradas com cores vibrantes no estilo easter eggs e vitrines com letreiros de neon, no momento em que uma pessoa entra na loja. Foto: David Ohmer | Flickr.

Doces, drinques e outros produtos que contenham cannabis podem sair das prateleiras das lojas de souvenires de Amsterdã, que estuda uma forma de atenuar o turismo voltado à maconha na cidade. As informações são do DutchNews.nl, traduzidas pela Smoke Buddies

Amsterdã quer reprimir a venda de pirulitos, bebidas e produtos à base de (ou aromatizados com) cannabis vendidos em lojas turísticas. Uma reunião do conselho da cidade na noite de quinta-feira (2) votou para pesquisar como a venda desses produtos poderia ser reduzida ou proibida no futuro.

Acredita-se que muitos sejam feitos a partir de óleo de cânhamo — o que não é restrito — mas não se sabe se outros têm algum dos efeitos psicoativos que reivindicam — ou são falsos, de qualquer forma. Uma moção, apresentada pelos democratas liberais do D66 e pelos partidos democráticos cristãos do CDA, sustenta que os produtos relacionados à maconha deveriam estar sujeitos às leis atuais sobre drogas, e que lojas de produtos alimentares com cannabis são amplamente consideradas pelos turistas como não diferentes dos famosos coffeeshops.

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“A venda em massa desses produtos contribui para a imagem de Amsterdã como uma cidade turística para as drogas, e seria bom mudar essa imagem“, acrescenta o movimento. Além disso, destaca que, embora os coffeeshops que vendem maconha estejam sujeitos a regras estritas sobre publicidade — e não possam usar logotipos da folha de maconha, por exemplo —, a venda desses produtos derivados que supostamente contêm extratos de maconha ainda não é controlada.

As duas partes pediram ao conselho que examinasse como regular a venda de produtos de cannabis, incluindo biscoitos, sorvetes, bolos, chás, picolés e doces.

‘Monocultura do varejo’

Alexander Hammelburg, porta-voz do D66, que apresentou a moção, disse ao DutchNews.nl que o partido quer que o prefeito proíba a venda desses produtos por completo, para melhorar a diversidade e a qualidade dos turistas na cidade. “Estamos enfrentando uma grande luta contra o que chamamos de monocultura do varejo na cidade, que é muito voltada para um tipo específico de turismo”, disse ele. ‘Queremos diversificar e mudar a face do centro da cidade para torná-lo atraente para as pessoas que moram em Amsterdã novamente”.

“Temos regulamentos para os coffeeshops que têm permissão para vender cannabis, mas não são permitidos por lei anunciar ou vender produtos relacionados à cannabis, como pirulitos ou doces. Ao mesmo tempo, vemos lojas turísticas por toda a cidade vendendo esses produtos relacionados à maconha, então definitivamente há desigualdade”.

Antes da pandemia, a prefeita de Amsterdã Femke Halsema anunciou que queria tornar a maconha menos uma atração turística e reprimir a violência da cadeia de suprimentos ilegal, e um experimento nacional está em andamento para determinar se o cultivo legalizado de cannabis reduziria a criminalidade. As propostas para exigir permissões apenas para residentes locais comprarem maconha em Amsterdã foram consideradas, mas rejeitadas no passado.

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