8 formas de preparar o ambiente de trabalho para a legalização da maconha

O Canadá será o primeiro país de grande porte a legalizar totalmente a maconha e surgem algumas dúvidas como de que forma as empresas lidarão com a erva legal no ambiente de trabalho. Entenda mais sobre essa questão com as informações do The Globe and Mail, via Época Negócios.

A data de 17 de outubro deste ano marca o dia em que, pela primeira vez, o uso recreativo da maconha será permitido em todo um país de grande porte – no caso, o Canadá. E, além de um marco importante para o futuro das políticas de combate ao tráfico de drogas e de potencializar um mercado de produtos relacionados que hoje já se estima ser de US$ 20 bilhões, a legalização da erva traz também uma nova preocupação: como lidar com os impactos da medida no ambiente profissional.

Leia: Como o Canadá se prepara para a legalização da maconha?

Pesquisas da Health Canada em 2015 e 2018 mostram que a proporção de pessoas com mais de 15 anos de idade que usam cannabis subiu de 12% para 14%. Os que afirmam usá-la diária ou semanalmente são 7,8% do total da população inicial, ou mais de 2,4 milhões de pessoas. “Isso significa que, em qualquer dia de trabalho, um número significante de funcionários estará usando ou considerando usar a cannabis antes, durante ou depois do trabalho”, apontam Monika Slovinec D’Angelo, pesquisadora no Conselho Conferencial do Canadá, e Bill Howatt, pesquisador-chefe de produtividade da força de trabalho na consultoria de recursos humanos Morneau Shepell, em artigo escrito para o jornal canadense The Globe and Mail.

Segundo eles, que conduzem, nas suas organizações, estudos sobre os impactos da legalização no dia a dia profissional, há basicamente dois tipos de empresas, com relação à forma como lidam com a questão da maconha. Um grupo é formado por aquelas que não estão “tão preocupadas” com o tema, acreditando que as políticas já existentes contra o abuso de drogas, tabaco e bebida darão conta do novo status da erva. “Essas companhias estão expandindo suas políticas empresariais para garantir que os empregados saibam o que o ambiente profissional significa, e estão deixando claro que suas acomodações só podem ser usadas para uso médico [da maconha]”, mas não muito mais que isso, apontam.

Por outro lado, há companhias mais preocupadas e criando políticas específicas para lidar com a legalização. Essas se preocupam em treinar os gestores para que orientem os funcionários sobre questões específicas, e reformando seus códigos de conduta para que não fiquem dúvidas sobre quais são os direitos dos funcionários relacionados à maconha. Essas empresas também estão preocupadas em alinhar suas normas de segurança ocupacional às estratégias de gestão da saúde dos funcionários, tanto para dar apoio a eles quanto para preservar o ambiente profissional.

Para auxiliar as empresas nesse processo de adaptação, os dois especialistas dão oito recomendações aos gestores canadenses, que podem servir de exemplo conforme a tendência pela liberalização em relação ao uso da maconha cresça no mundo todo (no Brasil, já há previsão da Anvisa regulamentar o plantio da maconha para pesquisas medicinais):

  1. Dê a todos os funcionários informações gerais sobre a cannabis, incluindo seus vários aspectos, níveis de THC nos diferentes produtos, efeitos de diferentes métodos de ingestão (como a diferença entre fumar e comer), e os perigos da dependência, para facilitar a compreensão dos potenciais impactos profissionais e impactos legais;

  2. Faça um webinar para toda a equipe que sublinhe e os eduque a respeito da política de empresa para uso da substância, de uma forma simples, informativa e engajadora;

  3. Certifique-se de que os funcionários estão cientes do “onde” e “por que” [a erva pode ser consumida] que constam nas políticas relacionadas à cannabis;

  4. Deixe claro quais são os danos da maconha, o que significa estar apto para o trabalho, e o papel da chefia e dos funcionários em implementar e apoiar a segurança no ambiente de trabalho – especialmente em ambientes sensíveis em relação à segurança;

  5. Treine os gestores em como monitorar e lidar a aptidão dos funcionários para o trabalho, com relação ao uso da maconha;

  6. Considere treinar todos os funcionários a respeito das ligações existentes entre estresse, saúde mental, abuso da substância, enfermidades mentais, resiliência e formas de lidar com a cannabis, promovendo a saúde e o bem-estar dos funcionários;

  7. Dê também educação financeira a respeito do custo do uso médico da cannabis (como a diferença entre usar as flores e o óleo) e as distintas aplicações médicas dos vários tipos e formas de cannabis.

  8. Deixe clara a posição da organização sobre o consumo de maconha no ambiente de trabalho e ajude os empregados a lidar com qualquer enviesamento dessas regras, para reduzir o risco de conflitos internos e assédio envolvendo a cannabis.

Leia também:

Como as empresas lidam com o uso da maconha por empregados nos EUA

#PraCegoVer: Fotografia (de capa) mostra três pessoas de uma empresa gargalhando ao redor de uma mesa de vidro que sobre ela vemos um notebook e sobre este flores de maconha.

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Sobre Smoke Buddies

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