Legalize it: Países africanos miram no mercado global da maconha

Uma pessoa com cabelo dreadlock envolta em fumaça ao utilizar um cachimbo. Mercado.

A recente legalização do cultivo e uso privativo de maconha na África do Sul foi motivo de comemoração por países da região que miram no crescente mercado mundial da dagga. As informações são da Quartz Africa.

Com baforadas de fumaça, os sul-africanos comemoram a legalização da maconha para uso pessoal no país. Países vizinhos veem essa legalização como um mercado promissor para aumentar a sua receita com o cultivo e comercialização da cannabis. 

Em 18 de setembro, a Corte Constitucional da África do Sul decidiu legalizar o cultivo e o uso da maconha para fins pessoais. A decisão baseou-se no princípio da Constituição sul-africana que concede o direito à privacidade de seus cidadãos.

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“O direito à privacidade não se limita às moradias privadas”, disse Raymond Zondo, vice-presidente da Corte. “Não será considerado crime um adulto consumir ou ter a posse de maconha em ambientes privados.”

O caso foi levado à Corte Constitucional por um grupo de ativistas que foram presos pelo uso pessoal de maconha. O parecer da mais alta instância do poder judiciário da África do Sul será julgado pelo Parlamento, que examinará as implicações práticas da aplicação da lei.

Enquanto o governo da África do Sul discute os detalhes finais da proposta, os países vizinhos comemoram a excelente notícia. No ano passado, o Lesoto foi o primeiro país do continente africano a permitir o cultivo da maconha para fins medicinais.

As plantações de Lesoto fornecem maconha para a África do Sul. Com a ajuda de trabalhadores sul-africanos, a maconha transformou-se na terceira maior fonte de receita do país, de acordo com um estudo da Unesco. Um relatório do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime de 2007 revelou que o Lesoto já era responsável por 70% das exportações de maconha para a África do Sul.

O eSwatin, antiga Suazilândia, um dos países mais pobres da África, também tem planos de legalizar um mercado de exportação de cannabis para a África do Sul e Moçambique. O cultivo e a exportação da maconha, com uma receita anual de US$ 1,26 bilhão, 26 vezes superior à da exportação de açúcar, pode triplicar o Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O governo do Zimbábue legalizou o cultivo de maconha em maio deste ano, mas teve de reverter sua decisão após protestos de segmentos mais conservadores do país.

Há dois anos, o Malawi começou a plantar cannabis para a produção de cânhamo como fonte de renda. O sucesso da experiência é visto por alguns como um movimento do país para legalizar o cultivo de maconha em prol da economia.

Estes países possuem populações e mercados muito menores do que os da África do Sul. No entanto, estão alguns passos à frente da África do Sul na tentativa de aproveitar o florescente mercado global de maconha, legalizando o cultivo industrial e não apenas o uso privado. Enquanto os sul-africanos estão comemorando em casa, muitos de seus vizinhos observam o surgimento de um mercado lucrativo.

Tradução e adaptação: Smoke Buddies.

#PraCegoVer: fotografia (de capa) em primeiro plano de uma pessoa com cabelo dreadlock envolta em fumaça ao utilizar um cachimbo.

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