A satisfação e os desafios da profissão de fotógrafo canábico
Trabalhar como fotógrafo de cannabis é apaixonante e inspirador, mas também requer persistência para encarar os percalços únicos de um mercado incipiente e ainda estigmatizado como o da maconha. Saiba mais sobre essa curiosa profissão na reportagem do Benzinga
Bentley Rolling é especializado em “criação de conteúdo imersivo na indústria da cannabis”. Ele é tão apaixonado pela arte da fotografia e do cinema quanto pela planta da cannabis.
Parece fascinante, certo?
Ele se orgulha de seu foco em aprender sobre esta planta única. “Sua beleza e benefícios medicinais me fascinam”, diz ele. “Como alguém com ansiedade crônica e TOC, isso me ajudou a encontrar alívio e inspiração, enquanto os medicamentos prescritos me deixaram com uma sensação de desconexão e estagnação. Tem sido uma experiência de mudança de vida para mim e espero quebrar o estigma por meio do meu trabalho”.
Leia mais – Maconha e Fotografia: Série fotográfica reúne usuários de maconha medicinal
Da Recreação à Criação
Bentley já era consumidor de cannabis há vários anos antes de entrar no negócio. Ele começou na área da cannabis como diretor de marketing da Linx Vapor, onde ajudou a expandir a empresa de uma startup a uma participante de primeira linha.
“Isso me dá uma perspectiva única, pois fui capaz de ganhar experiência no setor em marketing comercial e de consumo, antes mesmo de fazer a transição para uma carreira como criador de conteúdo independente”, revela. Isso, diz ele, o ajuda a entender melhor de onde vêm seus clientes e como expandir seus negócios.
Quando Bentley começou na indústria, havia muito poucos criadores focados na cannabis, ele continua. “Foi difícil encontrar alguém com quem eu fosse relacionado. Eu queria preencher essa lacuna, inspirar outras pessoas a compartilhar suas experiências e elevar o nível do conteúdo de cannabis”.
“Meu objetivo é criar experiências visuais que ninguém viu antes. Eu adoro sair da minha zona de conforto experimentando novas mídias como o Hyper Zoom e o Bullet Zoom. Por meio do meu trabalho, tento elevar a perspectiva pública da cannabis”.
Leia – Sopro de vidro: arte como expressão da cultura canábica no Brasil
Antes de ingressar na indústria da cannabis, Bentley já estava no marketing, trabalhando para uma agência convencional em Los Angeles. Quando ele fez a transição para a cannabis, ele foi capaz de alavancar sua experiência em mídia social e marketing de influenciadores para construir uma carreira.
“No passado, eu era capaz de usar plataformas de anúncios pagos para ganhar exposição. Já que a cannabis ainda é vista como um mercado ilícito em nível nacional, eu essencialmente tive que descartar essa parte do manual e me concentrar mais fortemente no conteúdo compartilhável”, acrescentou.
Então, esse foi o seu foco o tempo todo: conteúdo específico de cannabis de alta qualidade.
“A maioria dos vídeos eram representações de baixa resolução de pessoas fumando, fotos salazes de mulheres segurando maconha e design gráfico impregnado de rasta brega”, explicou ele. “Havia algumas joias, mas no geral não me senti representado como um usuário de cannabis. Isso parecia inatamente errado para mim, já que a cannabis inspirou algumas das maiores obras de arte. Eu vi essa lacuna no mercado e pensei que seria um ótimo lugar para aplicar meu conjunto de habilidades e amor por esta planta”.
Leia mais – Literatura Sativa: Arte Como Profissão
Alavancando o ‘belo’ em uma marca
Uma das palavras que melhor descreve o trabalho de Bentley é “lindo”.
Então, eu me perguntei, como alguém poderia alavancar isso na construção de uma marca?
A experiência anterior de Bentley em marketing convencional o tornou muito consciente da importância da qualidade. Para ele, essa é a diferença entre conquistar um cliente fiel e ser completamente esquecido.
Suas fotos e vídeos são essencialmente a cara da sua marca, explicou ele. É a primeira coisa que os clientes veem e provavelmente a razão pela qual acabam clicando em ‘comprar’.
Isso significa que é importante entender seu cliente e se relacionar com ele em um nível pessoal. “Não há como fingir isso”, comentou. “Os consumidores parecem saber quando as coisas não são autênticas. É por isso que é tão importante priorizar a criação de conteúdo em seu esquema de marketing”.
Leia mais – Work’n’bong: maconha ajuda ou atrapalha a produtividade no trabalho?
Conseguir o emprego dos sonhos
Antes de encerrar nossa conversa, pedi a Bentley para compartilhar alguns conselhos para outras pessoas que procuram entrar na cena da arte da cannabis.
Para ele, porém, não existe uma carreira bem definida no setor.
“Ainda está em sua infância. Isso funciona como algo positivo e negativo para você. Do lado positivo, ainda há espaço para se abrir neste negócio. Por outro lado, é difícil saber por onde começar. Minha recomendação é encontrar o que você ama fazer e aplicar isso ao setor”.
Então, ele recomenda que você tente se diferenciar de outros criadores de conteúdo dentro da comunidade e trabalhar todos os dias para ser o melhor no que faz.
“Fique confortável com o fracasso, porque você irá falhar muito antes de ter sucesso. Não existe sucesso da noite para o dia. Aprenda com suas falhas e persista”, disse ele, compartilhando uma citação de Calvin Coolidge por meio da conclusão:
“O slogan ‘continue pressionando’ resolveu e sempre resolverá os problemas da raça humana”.
Leia também:
#PraCegoVer: em destaque, fotografia que mostra o topo de uma planta de cannabis, onde, cercado de esplendorosas folhas, o top bud aparece repleto de pistilos cor creme que contrastam com um fundo escuro. Foto: THCameraphoto.
- Maioria dos estadunidenses não vê estigma negativo na maconha, diz pesquisa - 24 de abril de 2024
- Câmara de Diadema (SP) aprova distribuição gratuita de cannabis para fins medicinais - 23 de abril de 2024
- Barroso diz que a legalização de ‘drogas leves’ é tendência mundial - 23 de abril de 2024
- Anvisa mantém proibição dos dispositivos eletrônicos para fumar - 22 de abril de 2024
- Cidade francesa anuncia plano experimental de legalização da maconha - 21 de abril de 2024
- Agência de comunicação e eventos mira segmento canábico - 20 de abril de 2024
