Uruguai autoriza venda de maconha medicinal nas farmácias
O governo uruguaio autorizou a venda de medicamentos à base de compostos extraídos da maconha em farmácias, mais um passo da regulamentação da cannabis e derivados no país.
Três meses depois do começo das vendas de maconha nas farmácias do país, o presidente Tabaré Vázquez assinou um decreto que permite que sejam vendidos medicamentos derivados da cannabis, tanto em farmácias comerciais como nas que se encontram dentro dos hospitais, mas somente ‘com receita’ emitida por médicos.
O decreto se refere a produtos com fins terapêuticos, “com o canabidiol como princípio ativo, em extratos elaborados a partir de variedades de cannabis com baixa psicoatividade”, ou seja, uma maconha com um índice de 1% de THC – composto psicoativo da erva – cujo o registro e autorização serão aprovados pelo departamento de medicamentos do Ministério da Saúde.
“Isso dá ferramentas aos médicos para prescreverem o CBD sem outras autorizações especiais”, disse Diego Olivera, secretário-geral da Junta Nacional de Drogas (JND).
Até agora, os pacientes que precisassem de uma medicação à base de cannabis tinham que realizar um procedimento especial perante as autoridades com base no “uso compassivo” da erva, o que lhes permitiam importar a altos custos os medicamentos. Outros conseguiam doações de produtores locais.
O decreto marca mais um passo da regulamentação da cannabis e derivados no país. Segundo o Instituto de Regulação e Controle da Cannabis (Ircca), há 14.739 pessoas registradas para comprar, em farmácias, maconha recreativa como no máximo 2% de THC. O número de adquirentes hoje já representa mais que o triplo do dia em que começou a venda, em 19 de julho. Além disso, existem 7.328 cultivadores registrados e 64 clubes de cultivo. O Uruguai foi o primeiro país do mundo a regular o mercado da maconha a partir da produção sob o controle do Estado.
Fotografia de Capa Rafael Rocha | Smoke Buddies
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