SXSW 2019: Indústria da Cannabis pode dar o exemplo ao promover mulheres empreendedoras

Fotografia em primeiro plano e meio perfil de Amy Margolis vestindo uma blusa preta e sorrindo, no meio de um grande cultivo de cannabis, onde pode-se ver as paredes metálicas refletindo a luz branca da estufa.

Durante o SXSW deste ano, Amy Margolis, fundadora de uma aceleradora de negócios de maconha liderados por mulheres, falou sobre como a indústria da cannabis pode dar o exemplo a outros setores, abrindo mais espaço para as mulheres. As informações são da Época Negócios.

Como indústria que ainda está começando, os negócios da Cannabis podem corrigir um problema histórico: a falta de representatividade de empresas lideradas por mulheres. Amy Margolis, uma advogada que pivotou entre atuar com Cannabis como crime para promover a Cannabis como indústria legalizada, quer aumentar o número de empreendedoras de sucesso no setor.

“Na Costa Oeste [dos Estados Unidos], onde há uma tradição antiga de cultivo de maconha, homens e mulheres trabalhavam juntos”, afirma Amy, que é fundadora Associação de Cannabis do Oregon e se apresentou no SXSW 2019. “Mas, nos últimos quatro ou cinco anos, eles se destacaram, e elas ficaram para trás. Conforme perdemos os pioneiros, também perdemos as mulheres.”

Nos Estados Unidos, o uso medicinal e recreativo da Cannabis é regulamentado pelas leis estaduais. O consumo recreativo da maconha é legalizado em dez estados, mais o Distrito da Columbia, onde fica a capital, Washington. A Cannabis medicinal é aprovada em 33 estados, mais o DC. Há, no entanto, um conflito com a lei federal, segundo a qual o uso e o porte são ilegais. É um setor em que as regras mudam o tempo todo.

Para promover um esforço organizado de inclusão de mulheres no segmento, Amy começou, em 2017, a aceleradora The Initiative. O espaço seleciona turmas de empreendedoras para capacitar negócios da Cannabis liderados por mulheres e focados em produtos para o consumidor final. Também promove eventos de networking e programas de liderança para encorajar as profissionais a assumir posições executivas.

“Escolhemos o segmento de produtos para o consumidor final porque esse é um mercado que tem muitas oportunidades. As mulheres são makers. Das nove empresas aceleradas agora, sete são desse nicho, sendo que seis são lideradas por mulheres que vêm da economia criativa. Isso ajuda a construir uma marca”, afirma Amy.

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De acordo com a advogada, as mulheres tender a ter um nível de autoconfiança mais baixo que o dos homens, o que as impede de vender melhor suas ideias. “Convidei um empreendedor para falar sobre seu negócio na aceleradora. Depois, uma das mulheres, ex-atleta profissional, criadora de várias empresas, me disse que esse homem havia conquistado muito mais do que ela conseguiria. Mas ele apenas foi capaz de falar bem sobre suas iniciativas.”

Outro problema, segundo Amy, é a falta de financiamento para empresas lideradas por mulheres. Uma parcela muito pequena de venture capital é aportada nesses negócios. Do outro lado, há poucas investidoras no mercado. “Sabemos que homens investem em homens. A Cannabis é uma indústria intensiva em capital. Os valores são altos. É uma corrida pelo dinheiro que está disponível.”

“Precisamos ter o mesmo ‘bravado’ que os homens, sem pensar pequeno. O investidor procura o próximo grande sucesso nesse espaço”, afirma Amy.Atingir esses objetivos também passa por incluir mais mulheres nos conselhos e no nível executivo das empresas de Cannabis. “Não me refiro àqueles negócios que contratam uma mulher apenas. Elas precisam estar à frente das decisões.”Para Amy, a indústria da Cannabis pode servir de exemplo para outros setores em ascensão, se souber enriquecer as mulheres. “O segmento de inteligência artificial, por exemplo, poderia aprender com isso e abrir mais espaço para as mulheres”, diz. “Precisamos correr tão rápido e competir com tanta força que não importará o que ficar para trás.”

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#PraCegoVer: fotografia (de capa) em primeiro plano e meio perfil de Amy Margolis vestindo uma blusa preta e sorrindo, no meio de um grande cultivo de maconha, onde pode-se ver as paredes metálicas refletindo a luz branca da estufa. Créditos da foto: Samuel Gehrke – La Weekly.

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