Pesquisa mostra como o álcool e a maconha afetam a relação sexual

Relatos de usuários que fizeram uso de ambas as drogas antes do sexo sugerem que o álcool tem mais probabilidade de induzir à relação desprotegida do que a cannabis. As informações são da Revista Brasileiros.

Com políticas mais liberais em relação à maconha nos Estados Unidos –o estado do Colorado, por exemplo, permite o uso medicinal e o uso recreativo -, uma série de estudos está começando a se debruçar sobre a influência da planta no comportamento dos jovens. Uma das pesquisas, por exemplo, partiu da seguinte pergunta: qual composto mais facilita a prática de sexo inseguro, o álcool ou a maconha?

Para responder à questão, pesquisadores entrevistaram 24 adultos (12 homens e 12 mulheres heterossexuais) que usaram maconha ou álcool antes do sexo. O estudo demonstrou que o álcool tem mais peso que a maconha na hora de escolher parceiros “errados”.  É como se os drinques reduzissem os critérios na hora da escolha e dessem um empurrãozinho para algum grau de arrependimento posterior -a chamada ressaca moral. A pesquisa foi publicada na Archives of Sexual Behavior.

“Não foi surpreendente que o uso de álcool supostamente levou a uma menor satisfação no pós-sexo do que a maconha”, disse Joseph J. Palamar, professor adjunto de Saúde da População na NYC Langone Medical Center (NYULMC), nos Estados Unidos. “Os participantes relataram sentimentos de pesar mais frequentemente após o sexo com o uso do álcool.”

Segundo o cientista, mesmo que o álcool pareça ter contribuído mais para a prática de sexo inseguro do que a maconha, ambos aumentam a chance de relações sexuais desprotegidas. O curioso, entretanto, é que eles atuam de formas diferentes.

Além dos efeitos no organismo serem diversos, o contexto social em que o álcool e a cannabis sativa são usados podem afetar as relações: por exemplo, o fato da maconha ser proibida pode contribuir para que mais encontros ocorram.

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“Curiosamente, alguns usuários relataram que a ilegalidade da maconha facilitou interações sexuais”, afirma o Dr. Palamar. “Como fumar maconha para fins recreativos é ilegal em muitos lugares – e fumar tende a produzir um odor forte – muitos só a usam em ambientes privados. E são essas circunstâncias que facilitam encontros sexuais.”

O estudo observou, por exemplo, que os efeitos de ambas as drogas tendem a ser semelhantes em homens e mulheres e tanto o álcool como a maconha foram associados com a perda da inibição. O álcool, entretanto, mais do que a maconha, contribui para um incremento da ousadia e da sociabilidade.

Embora os achados possam contribuir para uma melhor compreensão dos efeitos de cada substância, importante ressaltar que o estudo possui uma limitação. Os resultados são oriundos de relatos de usuários, já que o cientista não observou o ato sexual, nem as circunstâncias que o antecederam. Por isso, os achados dependem da percepção de cada indivíduo sobre a experiência.

Secura vaginal e impotência

Usuários também relataram que a maconha e o álcool estão associados a uma variedade de experiências sexuais negativas, inclusive disfunção sexual. O estudo observou que o uso de maconha está ligado à secura vaginal e o álcool foi descrito pelos participantes da pesquisa como um gatilho para a impotência de homens.

Ao fumar maconha, os voluntários relataram uma tendência ao aumento de sensações de ansiedade ou um sentimento de desconfiança em situações desconhecidas que, em geral, não aparecem depois do uso do álcool.
Portanto, ambos os compostos parecem ter efeitos diferentes na sociabilização que precede o encontro sexual.”Encontros sexuais com a maconha tendem a ser com alguém que o indivíduo conhece”, comenta o Dr. Palamar.

O pesquisador pondera que mais estudos são necessários para que os usuários estejam conscientes das consequências do uso dessas substâncias nas práticas sexuais. O pesquisador Palamar quer continuar com os estudos, principalmente em relação à maconha, já que seu status de ilegalidade faz com que jovens tenham pouca informação sobre seus efeitos. “Eles só receberam a informação de que não deveriam usar”, salienta.

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