Gregorio Duvivier diz que se todos saíssem do armário, guerra às drogas seria vencida

Gregorio Duvivier diz que se todos saíssem do armário, guerra às drogas seria vencida

Solta o verbo Gregorio

Deixando de seguir a maré dos famosos que preferem se esconder no armário quando o tema é a regulamentação da maconha, ou outros assuntos polêmicos como o aborto, Gregorio Duvivier mais uma vez encara o assunto e solta o verbo em entrevista à Folha de São Paulo

Em entrevista exclusiva à Serafina* durante sessão de fotos e publicado neste final de semana pela Folha de São Paulo, o ator e escritor Gregorio Duvivier fala, dentre muitos tópicos como infância, carreira e relacionamentos, sobre a necessidade de assumir o que faz e sair do armário quando o assunto é maconha, principalmente a classe artística e política. Pra desmistificar ainda mais o tópico, ele compartilha como foi a reação de sua família ao contar que era usuário, sobre o uso medicinal que sua avó faz, cultivo e mais:

AS ESTUFAS
Gregorio gosta de fumar maconha e acha que se todo mundo saísse do armário, as drogas seriam legalizadas. “As drogas só são ilegais, como o aborto só é ilegal, porque todo mundo que pratica não diz que pratica. Porque ou você prende toda a classe artística, ou pelo menos 90% da classe artística e também a classe política, ou você faz uma limpa. É a mesma coisa a operação Lava Jato. Por que a Lava Jato talvez não vá pra frente? Porque vai ter que prender todo mundo, cara! Você vai prender quem usa droga? Ou quem faz aborto? Você vai atrás? Não vai sobrar um.”

Apesar de rolar um tabu quando a conversa é dentro de casa, quando contou à família que fumava maconha, lá pelos 14 anos, o pai retrucou: “Porra, fuma comigo, cara. Fuma em casa, fuma com a sua avó”.

A avó, conta Gregorio, começou a usar maconha, por recomendação médica, aos 80 anos. “Tipo… Mudou a vida dela. Ela disse: ‘Que pena que eu comecei a fumar tão tarde’. Porque deu uma alegria para a velhice dela, e ela viveu até os 94, fumando baseado.”

Mas, como bem sabemos, a maconha não é bem assim que todos enxergam la hierba proibida, que agora enfrenta, apontando pelo ator: “Tenho amigos que plantam em casa”, resume. Mas, como num filme policial, esses amigos estão sendo presos, um atrás do outro. “A polícia bateu na casa deles por causa da conta de luz.”

Não, você não se perdeu na leitura… Agora também tem essa: “A luz aumenta, por causa de estufa. Eles percebem quem tem estufa porque o uso da luz tem picos de horário. De noite, em geral, o cara tem um pico, e a polícia saca por aí que o cara planta.”

Sobre comprar aquela paranguinha de 10, afirma: “Sou contra o tráfico, contra você comprar com essa galera aí na rua, até pela qualidade, a qualidade é horrível. Os meus amigos plantam uma maconha de nível altíssimo. Mas tenho cada vez menos amigos que plantam…”

Gregorio fala também sobre críticas, traumas, maioridade penal, e seu trabalho para além das telinhas do Youtube. Leia a entrevista completa aqui.

Tal como Gregorio, já estamos careca de saber que a política contra às drogas tem se tornado uma guerra contra o povo. Quanto mais a sociedade fica no armário, a impressão que dá é que o assunto é necessidade de uma minoria, fazendo com que a discussão sobre a regulamentação continue sendo adiada prejudicando, de quebra, muita gente.

Aperte e Leia: “A Maconha é inofensiva e tem que ser legalizada” – Gregorio Duvivier defende erva em espetáculo

Esperamos que outros artistas saiam do armário e coloquem a cara a tapa, como Gregorio, mesmo que isso possa significar abrir mão de um contr$$$to: uma opinião de peso vale muito mais.

*Serafina é  uma revista publicada no último domingo do mês pela Folha e traz perfis de artistas e personalidades, além de lugares inusitados e paisagens

Mais Gregorio

Veja abaixo um pouco do ensaio da revista Serafina com direito a algumas fotos peladas do Gregório!
É sério! Fotos de Gil Inoue

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Sobre Dave Coutinho

Carioca, Maconheiro, Ativista na Luta pela Legalização da Maconha e outras causas. CEO "faz-tudo" e Co-fundador da Smoke Buddies, um projeto que começou em 2011 e para o qual, desde então, tenho me dedicado exclusivamente.
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