O aumento das passagens e a criminalização da multidão

Segundo pesquisa recente, “95%” dos cariocas desaprovam atos de “vandalismo” nas manifestações. Ao que parece, a grande mídia conseguiu fazer com que as pessoas pensassem e olhassem como eles querem. Os manifestantes, black blocs, vândalos, militantes, ativistas são agora os violentos que agridem a polícia, logo a que mais mata no mundo. Conseguiram fazer as pessoas acreditarem e defenderem essa narrativa. Isso que é formar a opinião pública e tratar as pessoas como massa de manobra, número e estatística.

Todos que não pensam assim, como a multidão que tomou o gigante Brasil em 2013, devem ser criminalizados, esse é o objetivo de todo o ataque de propostas de leis criminais contra os manifestantes, num verdadeiro populismo penal. Primeiro conseguem cooptar e, depois, colocar na cadeia.

Enquanto isso, seus verdadeiros objetivos vão sendo alcançados, como os bilionários lucros dos bancos, estes sim, os verdadeiros vândalos da nação que todo ano ficam com 44% do orçamento do país, quando apenas 4% são destinados à educação.

A passagem de ônibus, que iria aumentar para R$ 2,95, mesmo depois de todos os protestos, em verdadeira provocação, foi para R$ 3,00.

E agora, a maior provocação de todas: as barcas vão para R$ 4,80.

Sobre André Barros

ANDRÉ BARROS é advogado da Marcha da Maconha, mestre em Ciências Penais, vice-presidente da Comissão de Direitos Sociais e Interlocução Sociopopular da Ordem dos Advogados do Brasil e membro do Instituto dos Advogados Brasileiros
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