Nova onda: óleo de CBD é o herói do skincare da vez

Fotografia em vista superior de um frasco branco, um pote branco entreaberto com um creme amarelo em seu interior, um frasco comprido de cor prata e parte de um frasco verde, todos sobre várias folhas de maconha. CBD.

Enquanto aqui no Brasil, a legalização ainda rasteja pelo uso medicinal da erva, lá fora o CBD é o novo herói da indústria cosmética que mira no seu alto poder rejuvenescedor. As informações são da Vogue.

Nos Estados Unidos, a maconha para uso medicinal já foi legalizada em 29 estados – em nove deles, como Califórnia, Nevada e Colorado, o uso da planta já está, inclusive, aprovado para fins recreativos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) liberou no ano passado o uso de produtos à base de canabidiol apenas para casos medicinais.

O que isso tem a ver com sua rotina de beleza? Tudo. O óleo de canabidiol (conhecido como CBD), extraído da Cannabis sativa, caiu nas graças da indústria cosmética pelo seu alto poder antioxidante (ele reúne as vitaminas A, B, D e E), anti-inflamatório, antiacne, antibactericida e relaxante. “Diferentemente do THC (tetra-hidrocanabinol), produto psicoativo presente na Cannabis e que promove excitação e euforia, o CBD não é psicotrópico e não age no sistema nervoso central”, explica o dermatologista especialista em cosmiatria Alberto Cordeiro, de São Paulo.

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“No último congresso anual da American Academy of Dermatology, realizado em San Diego, no ano passado, foram apresentados diversos estudos que relacionam o CBD a uma importante performance no rejuvenescimento da pele”, completa ele, reiterando que nos Estados Unidos, onde o CBD é totalmente liberado, já há uma forte oferta de produtos com esse perfil. Tanto que a previsão do mercado é que essa indústria chegue a lucrar US$ 2,1 bilhões em vendas a consumidores até 2020, segundo o Hemp Business Journal.

Assim como na Europa, onde alguns países apresentam restrições, no Brasil a substância não é permitida nem para a formulação nem para o uso de ativos em cosméticos. E atenção: por aqui, produtos que contenham derivados da Cannabis somente podem ser trazidos por viajantes quando destinados a tratamentos de saúde e após autorização prévia da Anvisa.

Já lá fora o boom é real: se a The Body Shop já produzia a linha Hemp (com produtos à base de óleo de semente de cânhamo) na década de 90, nos últimos meses novos produtos e marcas especializados em fórmulas à base de CBD começaram a ganhar as prateleiras de concept stores antenadas, como a Shen Beauty (em Nova York) e a britânica Cult Beauty. A última, inclusive, acaba de lançar a linha MGC Derma, braço de skincare da MGC Pharmaceuticals, empresa focada no uso medicinal da Cannabis. “Estudos publicados pela Federação Americana de Sociedades de Biologia Experimental mostram que os canabinoides são responsáveis pela produção de lipídios, e que a aplicação tópica estimula a atividade do sistema endocanabinoide, contribuindo para a diminuição dos radicais livres, encorajando a reparação e o rejuvenescimento cutâneos”, explica Nativ Segev, diretor executivo da MGC Derma, que tem 18 produtos à base do extrato (combinados a outros ativos como ácido hialurônico, peptídios e algas) na linha. Outro ponto positivo, segundo ele, é que o canabidiol também aumenta a taxa de absorção de outros componentes pela pele.

Longe do estigma hippie, esses cosméticos ostentam belas embalagens, geralmente com design minimalista, como os itens da Vertly, criada por uma ex-editora de acessórios da revista americana W, que começou fazendo lip balms e já expandiu para o body care; da KHUS+KHUS, linha de cuidados para pele e corpo criada pela especialista em aiurvédica Kristi Blustein; Cannuka, label neozelandesa que aposta na associação entre o CBD e o mel de Manuka; e da From.ever.since, que defende que o CBD pode ser mais eficiente que o retinol. As marcas também investem no apelo elegante para desmistificar a imagem do ingrediente-chave, caso da Lord Jones, cujas fórmulas artesanais levam extrato de CBD orgânico e selecionado.

Outras labels não especializadas encontraram no canabidiol uma alternativa vegana para a cera de abelha, caso da MilkMakeup, que lançou recentemente a máscara de cílios Kush. Na Califórnia, a onda do CBD conquistou até os salões de beleza: no Bellacures, o serviço de manicure e pedicure Canna-Cure (que utiliza produtos da Kush Queen) promete uma experiência terapêutica e relaxante. Já a stylist Karla Welch, responsável pelos looks de Katy Perry, Olivia Wilde e Ruth Negga, revelou que aplica uma loção à base de canabidiol nos pés das suas clientes antes do tapete vermelho para aliviar possíveis dores provenientes do salto alto. “Em breve, o CBD será considerado normal, e não só na cosmética. Veremos a substância como ingrediente-chave na culinária, para o bem-estar de pets, parte de terapias esportivas e suplementos”, acredita Elizabeth E.R. Suarez, fundadora da From.ever.since. Aguardamos ansiosas.

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#PraCegoVer: fotografia (de capa) em vista superior de um frasco branco, um pote branco entreaberto com um creme amarelo em seu interior, um frasco comprido de cor prata e parte de um frasco verde, todos sobre várias folhas de maconha.

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