No Brasil, maconha promete movimentar R$ 4,6 bi e atrai investidores

Drágeas transparentes com uma substância de cor verde em seu interior ao lado de uma flor de maconha.

No Brasil, a lentidão da legalização da maconha para fins medicinais não desanima investidores que estão prontos para entrar nesse novo mercado promissor. Segundo Marcel Grecco, CEO da The Green Hub, o governo só regulamentará o consumo medicinal da cannabis se houver pressão social. As informações são do DCI.

Embora polêmica e de pouco consenso, a legalização do uso da maconha está deixando de ser um tema de interesse restrito de usuários e se transformou em nicho promissor de negócios futuros. Apenas o mercado brasileiro da cannabis medicinal pode chegar a 3,4 milhões de pacientes, diz Marcel Grecco, CEO da The Green Hub, primeira aceleradora de startup no Brasil voltada para projetos relacionados à cannabis medicinal, e sediada em Santo André, ABC Paulista. Para isso, o mercado medicinal teria de ser totalmente liberado e regulamentado. Desde 2015, a Anvisa autoriza apenas a importação de medicamentos à base de canabidiol.

Legalização só com pressão social

“A produção e comercialização da cannabis medicinal tem potencial para movimentar até R$ 4,6 bilhões no Brasil”, afirma Marcel Grecco. Segundo ele, os legisladores brasileiros só vão regulamentar o consumo medicinal se houver pressão social, como já está havendo no Brasil, com entidades de pacientes sem condições de importar o canabidiol obtendo liminar na Justiça para cultivar a maconha aqui. “A liberação no Uruguai e em oito estados dos Estados Unidos, o avanço desse debate em Portugal, tudo isso ajuda o tema ser tratado com seriedade aqui também.”

STF vai liberar?

A questão do uso medicinal e recreacional da cannabis já foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), que deve se posicionar nos próximos meses. No Congresso Nacional, ano passado, o assunto também foi objeto de discussão entre os parlamentares, mas até agora só existem promessas de tratar a passagem do ilegal para o legal em um projeto de lei. “Existem várias consequências nessa mudança, caso o Brasil opte pela legalização, inclusive somente do uso medicinal. É preciso que a migração seja feita de forma responsável e legítima”, enfatiza o CEO da The Green Hub.

Leia: Anvisa deve regulamentar o cultivo da maconha

Duas startups focadas no canabidiol

Os dois projetos da aceleradora “são totalmente nichados” na área medicinal da cannabis, ressalta o CEO. O primeiro é o CEC – Centro de Excelência Canabinóide, em São Paulo e próprio da The Green Hub, dedicado ao desenvolvimento de modelo de atendimento clínico e também educacional de pacientes, consultores, médicos e profissionais de saúde. Já o Projeto Anella está focado em um software de gestão de tratamentos com cannabis medicinal, incluindo um aplicativo que permite a interação entre profissionais de saúde e o paciente em tratamento.

Investidores de olho nesse mercado

“Temos vários investidores prontos para acreditar em projetos após seu ciclo de aceleração”, diz Marcel Grecco. Um dos primeiros trabalhos da aceleradora foi dimensionar o potencial do mercado brasileiro, em parceria com a New Frontier Data, autoridade global da indústria de cannabis em relatórios de inteligência de negócios, sediada em Washington (EUA). A cannabis medicinal é usada em tratamentos de ansiedade, câncer, autismo, Alzheimer e dores crônicas. “Temos esperança que neste ano o governo vai avaliar a ampliação do uso da cannabis medicinal”, conclui.

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