Mercado Bilionário: Legalização da maconha pode dar início a nova corrida do ouro na Califórnia

Em destaque, fotografia mostra em primeiro plano folhas de pés de maconha em desfoque e ao fundo temos um homem vestindo roupas, luvas, touca e máscara branca enquanto usa um regador em outros pés de maconha. 

Com um próspero comércio de cannabis medicinal, legalizado há 20 anos, a Califórnia já tem o maior mercado de maconha legal dos EUA. Agora a expectativa é que seja gerado estimados US$ 1 bilhão por ano em impostos adicionais, caso seja aprovada medida para legalização da erva recreativa. As informações são da Reuters via Folha de S.Paulo

Não há garantia de que a Califórnia votará a favor da legalização da maconha para fins recreativos em novembro, mas o agente político e pai de quatro filhos Daniel Conway já apostou seu futuro nisso.

Conway deixou o emprego de chefe de gabinete do prefeito-celebridade de Sacramento, o ex-astro do basquete Kevin Johnson, dos Phoenix Suns, para ajudar a fundar a empresa de investimentos em maconha Truth Enterprises.

Ele é um entre centenas de habitantes do Estado mais populoso dos EUA que já implementam seus planos de entrar em um mercado que, segundo especialistas, valerá US$ 4 bilhões até 2020 (R$ 13 bilhões em valores de hoje).

“Sou uma pessoa de uma idade e um grupo demográfico que consideram inevitáveis a legalização e a normalização da maconha”, disse Conway, 35. “Esta era uma oportunidade não só de criar empresas, mas de construir uma indústria.”

Com uma população de quase 40 milhões de pessoas e um próspero comércio de maconha medicinal, legalizado há 20 anos, a Califórnia já tem o maior mercado de maconha legal dos EUA. A legalização da erva para recreação geraria estimados US$ 1 bilhão por ano em impostos adicionais.

Se os eleitores aprovarem em novembro uma medida para legalizar e taxar a maconha que se qualificou na última terça-feira (28) para votação, a Califórnia será o quinto Estado americano —e de longe o maior— a permitir a erva para fins recreativos, somando-se a Colorado, Washington, Oregon e Alasca, além do distrito de Colúmbia.

Uma iniciativa de voto semelhante fracassou na Califórnia em 2010, mas pesquisas recentes mostram um forte apoio à legalização. A última iniciativa é apoiada por líderes da corrente dominante, incluindo o vice-governador Gavin Newsom, que ajudou a negociar a regulamentação e os impostos que serão adotados.

Pessoas olham para potes de maconha em mercado de Los Angeles

Pessoas olham para potes de maconha em mercado de Los Angeles

NEGÓCIO

Oito outros Estados americanos, incluindo Nevada e Maine, têm propostas semelhantes encaminhadas para votação em 2016. O mero tamanho da Califórnia como sexta maior economia do mundo significa que uma decisão de seus eleitores de legalizar a maconha poderá acelerar a tendência em outros lugares.

“Não acredito que haverá um precedente nos EUA que possa se comparar a isto, exceto talvez a Corrida do Ouro”, disse Leslie Bocskor, cuja firma de capitais privados em Nevada, a Electrum Partners, assessora e investe em empresas ligadas à maconha.

A atração da riqueza em uma indústria pouco conhecida é tão grande que milhares de pessoas estão competindo por uma posição, disse Bocskor.

Desde janeiro, 115 novas empresas da Califórnia aderiram à Associação Nacional da Indústria da Cannabis, elevando a 330 o total de associados no Estado, segundo seu vice-diretor, Taylor West.

Entre as novas empresas estão plantadores, dispensários, laboratórios, firmas de advogados, contadores, desenvolvedores de software, seguradoras e outras, disse ela.

Seu desafio é montar uma infraestrutura para um negócio que ainda não é legal. Conway e seu sócio, Ross Haley, executivo-chefe da General Hydroponics, por exemplo, compraram recentemente terras agrícolas no norte da Califórnia que esperam usar para plantar maconha, mas não dizem isso antes que a medida seja aprovada.

A Terra Tech, sediada em Newport Beach, tenta se preparar para as vendas recreativas enquanto constrói uma empresa legal no mercado medicinal de maconha no Estado, que hoje tem vendas de US$ 2,7 bilhões (R$ 8,8 bilhões).

A empresa gastou mais de US$ 800 mil para projetar e reformar seu dispensário em Oakland, para que pareça mais um clube requintado do que uma clínica médica, segundo seu executivo-chefe, Derek Peterson. Também desenvolveu embalagens coloridas para sua maconha, em vez de apresentá-la em recipientes para remédios.

Apesar desse otimismo, a aprovação da medida na Califórnia não é certa. Ela é combatida por muitos grupos judiciais e de saúde que ajudaram a derrotar a iniciativa em 2010.

Mas desta vez os apoiadores têm os bolsos fundos do ex-presidente do Facebook Sean Parker, o apoio de Newsom —um democrata que deverá se candidatar a governador em 2018— e uma mudança de atitude entre os eleitores que viram a legalização se concretizar em outros Estados.

A medida permitiria que adultos de 21 anos ou mais possuam até 28,7 g de cannabis e cultivem até seis plantas, e define regras para o cultivo comercial, a manufatura e a venda. Ela inclui regras para manter os produtos da cannabis longe de crianças, evitar que pessoas dirijam sob seu efeito e exigir que os vendedores tirem licenças.

Newsom disse que a apoia como uma maneira de administrar a legalização de modo responsável, o que considera inevitável, mas que é necessário conduzir com cuidado.

“Como pai de quatro crianças, que não gosta da droga e não gosta do cheiro, não quero que meus filhos pensem que está normalizada. Essa é minha preocupação número um”, disse Newsom.

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