Marcha de la Marihuana Uruguay: Quais são as reivindicações no país da maconha legalizada?
“Vamos por mucho más. Más medicinal. Más farmacias. Más autocultivo y clubes”. Com esse mote foi realizada nesta sexta-feira (04), em Montevidéu, a Marcha Mundial de la Marihuana. Depois da mudança na Lei que regulamentou o auto-cultivo, clubes de cultivo e a comercialização de maconha, ativistas ainda reivindicam avanços.
Ledo engano de quem pensa que após legalizar a maconha, a luta cessa. E quem constantemente mostra isso são os nossos hermanos da militância canábica no Uruguai que anualmente, mesmo após a regulamentação, continuam se organizando e voltando às ruas para reivindicar avanços necessários.
Após quatro anos da aprovação da Lei 19.172 que regulamentou a maconha no Uruguai, nesta sexta-feira (04), a Marcha da Maconha ganhou as ruas de Montevidéu até a porta do Ministério da Saúde, segundo contou ao La República, o porta-voz do “Movimiento por la Liberación del Cannabis” Bruno Calleros.
“Há avanços positivos”, disse Calleros. “A sociedade está começando a aceitar a mudança cultural que promovemos com base num projeto que defende a saúde dos uruguaios”, alegou Calleros que comentou sobre não estar acontecendo o que todos os temiam: a regulamentação da maconha promover mais uso e não funcionar. “De qualquer forma, continuamos marchando, continuamos a ter demandas ano após ano e hoje vemos uma estagnação no progresso que queremos”.
Segundo Calleros, este ano o movimento possui dois eixos principais, um é sobre “a terceira via de acesso à maconha recreativa que, embora esteja ocorrendo, está em um ritmo muito lento”. Ainda há uma necessidade da habilitação de novos pontos de venda, sejam as tradicionais farmácias ou em um novo formato como as boutiques de cannabis (dispensários).
Além dos poucos locais de venda, as empresas licenciadas pelo Estado para produzir a planta, de acordo com Calleros, “não estão à altura, nem em qualidade e nem em quantidade”.
“O que propomos são novas licitações, talvez com empresas que não são tão grandes, os pequenos e médios produtores nacionais, diversificando produções para dar continuidade no fornecimento dos pontos de venda e, assim, melhorar o acesso.”
Medicinal. Outro ponto reivindicado é que se habilite o mais rápido possível outros projetos e estudos para produção de produtos derivados da cannabis, como óleos e extratos, que sejam mais eficientes que os comercializados atualmente contendo apenas 2% de CBD, que a princípio não serve a todos os tipos de enfermidades, e que custem menos que os importados.
Confira abaixo, pelas lentes do nosso hermano Ped de Paiva, como foi a Marcha de La Marihuana no Uruguai.
Leia também: Rio de Janeiro Marcha pela legalização da maconha e pelo fim da intervenção
#PraCegoVer: Fotografia de uma pessoa segurando um cartaz onde está escrito “No mas registro por marihuana!!”.
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