Maconha terpenada: o que os compostos aromáticos têm a ver com a brisa?
No terceiro artigo da série especial, descubra a relação entre os terpenos e o consumo recreativo de cannabis.
Não só de cheiro e sabor são formados os terpenos, compostos aromáticos sobre os quais falamos nos últimos dias. A sinergia entre eles e a cannabis vai além das sensações e dos benefícios terapêuticos potencializados nessa relação, e ganham a atenção de consumidores recreativos, que perceberam que os terpenos influenciam, sim, na brisa. Basta lembrar da história, comprovada por Ed Rosenthal, de que a manga madura pode potencializar o efeito daquele pega, para entender que os terpenos exercem um poder interessante sobre o uso recreativo de maconha.
“Através de estudos e análises, percebemos como cada terpeno influencia os efeitos terapêuticos e recreativos da cannabis. O alfa-pineno, por exemplo, um antisséptico natural, é conhecido por reduzir os efeitos do THC no cérebro, então, não seria indicado para quem quer elevar os efeitos psicoativos da planta. O fato é que existem centenas de terpenos encontrados na cannabis e vimos neles múltiplas possibilidades para quem quer personalizar sua experiência canábica”, afirma João Paulo Costa, um dos fundadores da Bilva Elemental, empresa canadense focada no mercado de terpenos medicinais e recreativos.
O terpeno mais abundante na cannabis é o responsável pelo aroma característico da planta, aquele que todo mundo reconhece. Uma das funções dele é encurtar o caminho para o THC chegar no cérebro com mais rapidez e facilidade e, por isso, ele facilita o punch psicoativo. O mirceno é o motivo pelo qual a manga madura, riquíssima nesse terpeno, ajuda a potencializar a brisa. Strains com alta concentração de mirceno incluem White Widow, Skunk e Afghani Kush.
Também comum nas variedades de cannabis, o limoneno é quem traz o aroma cítrico para strains como Lemon Skunk e OG Kush. Para efeitos recreativos, o limoneno levanta o humor, alivia o estresse e dá uma sensação de bem-estar, trazendo relaxamento e leveza à brisa. Para fins medicinais é um potente agente antifúngico, anticancerígeno e antibacteriano.
Ao desvendar os efeitos de cada terpeno, é possível, inclusive, colocar isso em conta na hora de pensar na strain mais adequada para cada consumo. Com esse potencial, não é de se espantar que os compostos gerem tanto interesse no incipiente mercado canábico – tema do próximo artigo dessa série especial sobre terpenos.
Se quiser saber mais sobre o assunto, baixe gratuitamente o estudo Terpenos: A Evolução da Cannabis, elaborado pela pela Bilva Elemental em parceria com o Ganja Talks e Who is Happy.
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