Maconha pode ajudar nas doenças do coração?

Quantas pessoas você estima que morrem diariamente vítimas de problemas cardiovasculares? Saiba que o número é alto e a contagem não para. Mas a maconha, que é amplamente conhecida por ser uma alternativa terapêutica, mais eficaz que os medicamentos tradicionais, no combate de diversas doenças e condições, pode ser também uma opção aos portadores de problemas cardiovasculares.

Uns podem até não acreditar, mas verdade seja dita: muitas das condições e doenças, responsáveis por matar diariamente milhares de pessoas no mundo todo, são devidas ao estilo de vida levado pelo ser humano. Especialmente daqueles que são infames por serem durões, workaholics, comendo demasiadamente e fazendo uso excessivo de álcool. Negligenciando as atividades físicas, misturando ansiedade, stress e depressão, resultando em uma variedade de doenças.

Uma das mais comuns é a doença cardíaca, uma doença que mata mais de 950 pessoas por dia no Brasil. Para se ter ideia da gravidade do problema, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, em 2016 o total (estimado) de mortes relacionadas a problemas cardiovasculares foi de 349.938. É como se todos os dias 2 boeings 747 (que transportam mais de 400 pessoas) caíssem. É muita gente, não?

O número estimado de mortes por doenças cardiovasculares desde o dia 1º de janeiro até o início do dia de hoje (7), segundo a contagem do Cardiômetro, já ultrapassava a marca de 6.200, e isso apenas no Brasil. Atualizando os números do Cardiômetro, o contador já registra mais de 320 mil pessoas desde o dia 1º de Janeiro até 1º de dezembro.

O Cardiômetro é um indicador do número de mortes por doenças cardiovasculares no País. As doenças cardiovasculares, afecções do coração e da circulação, representam a principal causa de mortes no Brasil. No período de 2004 a 2014, foram responsáveis por 3.493.459 óbitos, 29% do total, uma morte a cada 40 segundos em nosso meio.

Mas o que todos devem saber sobre a maconha e as doenças cardíacas

Enquanto a legalização avança no mundo, aumentam cada vez mais as evidências de que a maconha é benéfica para condições cardiovasculares. A maioria dos testes tem sido feita com CBD e THC, entre outros canabinoides que também são considerados positivos aos problemas do coração.

Relaxamento dos vasos sanguíneos

Um estudo de 2014 conduzido pelo Dr. Saoirse O’Sullivan, da Universidade de Nottingham School of Medicine, publicado no jornal Pharmacological Research, observou que “os canabinoides afetam os vasos sanguíneos, causando relaxamento e ampliando-os” (muito semelhante à forma como a cannabis, mesmo fumada, atua como um broncodilatador em pacientes com asma). Este foi o primeiro estudo a revelar estas respostas em amostras de tecidos humanos. O que é significativo visto que o relaxamento dos vasos sanguíneos resulta em menor pressão sanguínea e melhor circulação, prevenindo doenças e ataques cardíacos.

Reduzindo a inflamação

Nas doenças cardíacas e cardiovasculares, há muita inflamação. Novos testes de laboratório mostram que os moduladores imunológicos e componentes anti-inflamatórios dos canabinoides, juntamente com os efeitos anti-oxidantes, protegem o coração especificamente quando o dano tecidual está presente pela falta de oxigênio e suprimento de sangue.

Os canabinoides também protegem o coração da cardiomiopatia – uma doença que causa o endurecimento e espessamento dos músculos do coração e a falta de fluxo sanguíneo. Uma descoberta muito interessante foi que o CBD parou a produção de endotoxinas, responsáveis pelo aumento de citocinas pró-inflamatórias que são exatamente o que causam o progresso de doenças cardíacas. Assim, inibir a produção de endotoxinas é a chave para o tratamento de doenças cardíacas e outras condições cardiovasculares.

Reduzindo as Placas Arteriais

As placas arteriais são um enorme fator nas doenças cardíacas, aterosclerose e problemas cardiovasculares. Quando estas placas se acumulam em todas as paredes arteriais torna-se muito desafiador para o coração bombear sangue.

O CBD também diminuiu a adesão das placas às paredes arteriais. Esta é uma descoberta chave, já que este tipo de condição é uma das principais causas das doenças cardíacas.

Ajustando os batimentos

Segundo um novo estudo, fumar maconha traria benefícios para as pessoas que têm insuficiência cardíaca. Pesquisadores apontam que a maconha tem capacidade de reduzir os riscos de fibrilação e até de morte em hospitais nesses pacientes.

“Fiquei muito surpreso que houve realmente uma redução associada”, disse o líder do estudo, Oluwole Adegbala, médico residente no Englewood Hospital and Medical Center, em Nova Jersey. Ele apresentou as descobertas este mês no encontro da “American Heart Association’s Scientific Sessions”, na Califórnia.

As pesquisas estão em andamento, estamos vendo mais e mais estudos sugerirem que nosso sistema endocanabinoide desempenha um grande papel na defesa do nosso corpo contra doenças cardiovasculares.

Em resumo, os compostos da maconha possuem a capacidade de acalmar a inflamação no sistema vascular, relaxar as paredes arteriais e funcionam como um modulador imunológico e anti-oxidante, diminuindo a quantidade de placas acumuladas nas paredes das artérias. Com isso, estes achados sugerem que a cannabis é uma potente aliada na prevenção e no combate das doenças do coração.

Em tempo vale lembrar que as doenças cardiovasculares causam o dobro de mortes que aquelas devidas a todos os tipos de câncer juntos, 2,3 vezes mais que todas as causas externas (acidentes e violência), 3 vezes mais que as doenças respiratórias e 6,5 vezes mais que todas as infecções incluindo a AIDS.

O alerta, a prevenção e o tratamento adequados podem reverter essa grave situação. A maconha pode ser uma ajuda preventiva, mas o seu estilo de vida é fundamental para determinar a qualidade da sua saúde. E se bater aquele aperto no coração, que não seja paixão, procure um médico.

 

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Sobre Dave Coutinho

Carioca, Maconheiro, Ativista na Luta pela Legalização da Maconha e outras causas. CEO "faz-tudo" e Co-fundador da Smoke Buddies, um projeto que começou em 2011 e para o qual, desde então, tenho me dedicado exclusivamente.
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