Idosos norte-americanos veem eficiência na erva para combate às dores

Fotografia em plano fechado e vista superior que mostra as palmas da mão, de uma pessoa que está à frente da câmera, unidas em forma de concha e segurando uma porção de flores de maconha.

Pesquisa nos EUA mostra que os mais velhos veem na maconha uma aliada no combate à dor, na melhora da falta de apetite e no controle da ansiedade. Americanos acreditam que a erva deveria ser disponibilizada sob supervisão médica. As informações são do G1/Bem Estar.

Na semana passada, a poderosa Associação Americana dos Aposentados (AARP), que reúne 38 milhões de membros, divulgou pesquisa que mostra que os norte-americanos mais velhos acham que a maconha é eficiente no combate à dor e deveria ser disponibilizada sob supervisão médica. Na chamada National Poll on Healthy Aging (Pesquisa Nacional sobre Envelhecimento Saudável), foram ouvidas mais de 2 mil pessoas entre 50 e 80 anos, numa parceria entre a AARP e a Universidade de Michigan.

Dados que emergiram do levantamento: apesar de a maioria acreditar nos benefícios da maconha não apenas para o alívio de dores, mas também para melhorar a falta de apetite e controlar a ansiedade, 60% são contra seu uso sem controle médico. Entre os entrevistados, 18% conhecem pessoalmente alguém que utiliza a droga com fins medicinais; 64% são favoráveis a um estudo financiado pelo governo para avaliar com precisão seus efeitos sobre a saúde; e 70% afirmaram que consideram a hipótese de consumir maconha se tiverem um quadro para o qual a cannabis trouxer algum tipo de alívio.

Ano passado, a socióloga Julita Lemgruber escreveu uma reportagem especial para o jornal “O Globo” sobre um centenário lar de idosos no Bronx, em Nova York, no qual Zacharia Palace, o médico responsável, implantou em 2016 um programa de uso da maconha medicinal. Os idosos que se valem desse tratamento padecem de doenças relacionadas ao envelhecimento: dores crônicas, Mal de Parkinson ou esclerose múltipla, além de efeitos da quimioterapia como náuseas e perda de apetite. Por aqui, ainda teremos muito o que discutir sobre o tema…

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Nos Estados Unidos, o debate se encontra em outro patamar. Na Califórnia, por exemplo, o uso da maconha para fins medicinais já estava liberado desde 1996 e, em 1º. de janeiro deste ano, a utilização para fins recreativos começou num número controlado de estabelecimentos de venda. A expectativa é de que esse mercado movimente US$ 23 bilhões (cerca de R$ 77 bi) nos próximos cinco anos. Lá, o que mais preocupa é a epidemia de mortes relacionada a opiáceos e heroína. No caso dos medicamentos opiáceos, normalmente empregados contra a dor, são mais de 200 milhões de receitas por ano: a estimativa é de que 11 milhões abusaram dos remédios prescritos.

No Brasil, medicamentos à base de canabidiol, um dos princípios ativos da maconha, são utilizados com sucesso em pacientes com epilepsia, mas têm que ser importados e são caros. A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa aprovou, em dezembro de 2017, relatório da senadora Marta Suplicy favorável à apresentação de um projeto de lei para a descriminalização da maconha para fins medicinais. Na ocasião, ela declarou: “já passou da hora de legalizar o cultivo da maconha para uso terapêutico. Cabe lembrar que, em audiência pública realizada na comissão, médicos, psicólogos, pedagogos e parentes de pessoas que fazem uso medicinal da planta relataram os benefícios terapêuticos do seu uso em caso de epilepsia e de autismo”.

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