Maconha pode deixar lista de substâncias proibidas pela NBA
Jogadores podem propor retirada da maconha da lista de substâncias proibidas pela NBA. Segundo o site TMZ, entre dez jogadores ouvidos, todos se mostraram favoráveis a liberação da maconha por parte da NBA. As informações são do Lance Net, escrita por Lucas Pastore.
Não demorou para que o debate sobre a legalização da maconha nos Estados Unidos – sua venda e consumo já são liberados em alguns estados sob prescrição médica e até para fins recreativos em outros – chegasse ao mundo do esporte. O site americano TMZ ouviu dez jogadores da NBA e todos se disseram a favor da legalização por parte da liga.
A reportagem da TMZ – que é um site sobre celebridades, e não sobre esportes – usou como gancho um vídeo em que Kevin Durant, jogador do Oklahoma City Thunder e uma das maiores estrelas da NBA, aparece derrubando um pote supostamente contendo maconha ao sair de uma balada em Hollywood.
Ouvida pela reportagem do TMZ, a Associação de Jogadores da NBA confirmou que o assunto pode ser levado a debate no encontro para o próximo acordo coletivo da liga, que deve acontecer em 2017. A princípio, a entidade deve propor que, ao menos, o consumo sob prescrição médica seja liberado para os atletas.
Será possível imaginar que a NBA pode remover a maconha da sua lista de substâncias ilegais? Por um lado, a liga profissional americana de basquete é considerada mais progressista que outras no país, como a NFL e a MLB. Por outro, desde a gestão de David Stern, antecessor do atual comissário Adam Silver, o código de conduta dos jogadores ficou muito severo e até para escolher a vestimenta pré e pós-jogo os atletas têm de obedecer regras.
Em 2008, em encontro chamado de Programa de Transição para Novatos, Michael Beasley, do Miami Heat, teve de pagar multa de US$ 50 mil por ser flagrado com maconha e com mulheres sem autorização para estarem no resort em que o atleta estava hospedado. Mario Chalmers, seu companheiro na franquia da Flórida, e Darrell Arthur, então do Memphis Grizzlies, foram multados em US$ 20 mil cada por seus envolvimentos com o incidente. Os três ainda foram expulsos do evento.
No ano seguinte, Rashard Lewis, então no Orlando Magic, foi flagrado com níveis elevados de testosterona em seu organismo e suspenso por dez jogos por violar a política antidoping da NBA.
Ouvindo pelo LANCE! Livre, o Dr. Bernardino Santi, especialista em doping da Academia LANCE!, disse ser a favor da manutenção da maconha no quadro de substâncias proibidas, já que este deve ser elaborado sob três pontos de vista: esportivo, médico e ético.
A tomar com base os dois casos expostos acima, a NBA parece estar muito mais preocupada com sua imagem em casos envolvendo a faceta ética – como o de Beasley, Chalmers e Arthur – do que os que envolvem a faceta esportiva – como o de Lewis. A punição no primeiro exemplo foi relativamente mais severa do que no segundo quando comparadas às propostas por outros códigos antidoping.
Em relação ao ponto de vista médico, se a possibilidade do consumo de maconha causar danos neurológicos é utilizada como argumento a favor da proibição em esferas esportivas, então o cigarro e o álcool também deveriam constar entre os proibidos, já que também têm efeitos comprovadamente nocivos. Não é o caso.
Sob o ponto de vista ético, principal preocupação da NBA, se os estados americanos estão mostrando-se prontos para a legalização, será que não é hora da liga, ao menos, mostrar-se aberta à discussão?
Debate que, até 2017, deve ganhar cada vez mais força ao redor da liga americana de basquete.
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