Maconha legal continua reduzindo medicamentos prescritos
As prescrições de analgésicos e a crise opiáceos diminuem quando a maconha medicinal é legalizada, segundo dois novos estudos realizados nos EUA.
Nos estados norte-americanos que legalizaram a maconha para fins medicinais, a erva continua provando ser uma alternativa eficaz para analgésicos e opiáceos. Duas novas pesquisas mostram como a maconha medicinal pode combater a crise de opiáceos, reduzindo o número de prescrições de medicamentos.
O primeiro estudo analisou pacientes adultos, inscritos no Medicaid – um programa de saúde social dos Estados Unidos para famílias de baixa renda -, nos estados que legalizaram a maconha, assim como em estados onde a erva ainda não é legal, e descobriram que, entre 2011 e 2016, os estados onde a maconha medicinal legal está disponível para uso no alívio da dor tiveram uma taxa de prescrição de opiáceos 6% menor, segundo as informações da Reuters.
Além disso, os estados que legalizaram a maconha para fins recreativos tiveram uma taxa de prescrição de medicamentos cerca de 6% mais baixa do que aqueles com maconha medicinal.
“Isso sugere que as leis sobre maconha medicinal não atingiram algumas pessoas que poderiam se beneficiar com o uso da maconha em vez dos opioides”, explicou Hefei Wen, da Universidade de Kentucky e um dos autores do estudo.
Não só a maconha medicinal é altamente benéfica para as pessoas que sentem dor, mas a maconha recreativa dá às pessoas um acesso ainda melhor à erva como um analgésico.
Apenas americanos de baixa renda se qualificam para o programa de saúde social, o que garantiu menos variáveis no estudo. Além disso, o estudo considera os dados de cada trimestre, o que significa que se um estado legalizasse a maconha (medicinal ou recreativa) os analistas colocariam os dados numa categoria diferente.
Já o segundo estudo mostra como a maconha medicinal pode combater a crise de opioides, em pacientes acima dos 65 anos. A pesquisa feita com pacientes do Medicare – o sistema de seguros de saúde geridos pelo governo dos EUA destinados aos idosos – analisou os dados entre 2011 e 2015 e detectou uma queda de 14% nas doses de medicamentos prescritos por dia nos 14 estados com dispensários de maconha medicinal (e mais 9 que foram legalizados ao longo do estudo).
Este estudo também compara estados com dispensários àqueles que só permitem o cultivo caseiro. O estado sem dispensários tem uma queda de 7% nas doses diárias de opiáceos em comparação com os estados sem legislação sobre a maconha medicinal.
O que isso significa?
É comum, ainda nos dias de hoje, vermos quem milita contra a legalização da maconha afirmar que a substância é a porta de entrada para drogas mais pesadas, entretanto este e outros estudos colocam em cheque essas falsas afirmações e ressalta o que já era sabido: a maconha medicinal não apenas contribui no combate da epidemia de opioides, mas também reduz as prescrições e o uso de medicamentos.
Esses dois estudos mostram que o acesso à maconha, tanto para fins medicinais como recreativos, é uma ótima alternativa aos opioides, sendo a planta um excelente analgésico.
Todos os dias, 90 americanos morrem de overdose de opiáceos, observa Hill no portal JAMA Internal Medicine, onde ambos os estudos foram publicados. Enquanto algumas mortes podem ser causadas por narcóticos ilegais como a heroína, outras são causadas por medicamentos opioides como oxicodona, fentanil, hidrocodona, morfina e metadona.
Leia mais: Maconha não só reduz como substitui o uso dos opioides
Fontes: http://bit.ly/2uIwdEI , http://bit.ly/2uGnCT1 e http://bit.ly/2uLErMo.
#PraCegoVer: Fotografia de um pé de maconha com foco em sua flor.
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