Maconha e religião atraem eleitores às urnas nos EUA

Parte da face e a mão de um jovem que segura uma placa com o desenho de uma folha de maconha na cor azul escuro com fundo dividido ao meio com duas cores, vermelho e azul claro, e na parte inferior a escrita “Yes, We Cannabis!”.

No próximo dia 6, os estadunidenses votarão em seus representantes do Congresso e governadores, além de opinarem sobre proposições, onde a maconha é um dos principais temas. Saiba mais com as informações do Estadão.

No mesmo dia em que votam em representantes do Congresso em Washington, os eleitores americanos opinarão diretamente nas urnas sobre uma série de temas de interesse local. Nas eleições do dia 6, a legalização da maconha é um dos principais temas, mostrando uma tendência em todo o país.

Mais locais, outras votações chamam a atenção pela peculiaridade, como o Alabama, que votará a proposta de uma emenda à Constituição do Estado que autoriza a exposição dos Dez Mandamentos em todos os prédios públicos, incluindo escolas. De iniciativa popular ou legislativa, as proposições são também uma estratégia para atrair eleitores, que não são obrigados a votar nos EUA.

Uma pessoa, vestindo uniforme azul, touca e máscara brancas e luva preta, mexendo em uma das plantas de um cultivo indoor de maconha em escala industrial.

#PraCegoVer: fotografia de uma pessoa, vestindo uniforme azul, touca e máscara brancas e luva preta, mexendo em uma das plantas de um cultivo indoor de maconha em escala industrial. Créditos: John Locher – AP Photo.

O professor do Departamento de Ciências Políticas da Universidade da Califórnia-Riverside, Shaun Bowler, explicou ao Estado que temas podem se repetir em vários Estados como resultado de uma campanha coordenada de um grupo de interesse comum ou simplesmente porque há uma resposta espontânea a ele.

Este ano, dois Estados votarão a legalização da maconha: Michigan e Dakota do Norte; Missouri e Utah votarão a permissão do uso medicinal da droga, o que já foi aprovado em uma votação antecipada em Oklahoma, em junho. A maconha continua ilegal sob a lei federal. No entanto, Estados que concentram cerca de um quarto da população já descriminalizaram a prática.

“Uma das abordagens comuns é se os eleitores de um Estado não apoiarem a legalização completa, os proponentes tentam sugerir a legalização por razões médicas. Ela tende a ser mais aceita”, explica Bowler, especialista e autor de livros sobre o tema, como Demanding Choices: Opinion, Voting, and Direct Democracy.

Um relatório do Initiative & Referendum Institute, da Universidade do Sul da Califórnia, mostra que o uso medicinal da maconha começou a ser aprovado nos anos 90 por meio de proposições. Em 2012, eleitores de Colorado e Washington tomaram a iniciativa de legalizar o uso recreativo. Desde então, outros Estados seguiram o exemplo, como Alasca, Oregon e Washington (capital), em 2014, e Califórnia, Maine, Massachusetts e Nevada, em 2016.

Dez Mandamentos. No Alabama, uma proposição – por ser de iniciativa parlamentar é classificada como referendo – perguntará aos eleitores se aprovam ou não a exposição dos Dez Mandamentos em prédios públicos, uma questão antiga no Estado. “Os políticos fazem isso para o próprio interesse. Geralmente, apelam para sua base ou fazem gestos simbólicos para ajudar em sua reeleição”, diz Bowler.

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#PraCegoVer: fotografia (de capa) de parte da face e a mão de um jovem que segura uma placa com o desenho de uma folha de maconha na cor azul escuro com fundo dividido ao meio com duas cores, vermelho e azul claro, e na parte inferior a escrita “Yes, We Cannabis!”. Créditos da foto: Sean Gallup – Getty Images.

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