Literatura Sativa: Sativazinhas V
Eu chego na minha
e só ando com os chegados
que são no fundo minhas chegadas!!!
Mesmo assim, a maconha que eu fumo topada
não vem do Uruguai, quiçá Paraguai, não sei…
É porque com minha Cannabis vem o tempero insosso da proibição
Minha Cannabis vem com talos, com folhas e com sementes
e eis que me brota prensada na mente
uma sinapse
que me legaliza toda
diante das minhas opções sexuais
esdrúxulas…
E fico puta de raiva
com este país de inconsequentes
políticos que ficam apáticos
diante das marchas
pela legalização da maconha;
E fico puta de raiva
com este estado de direito democrático
que mais parece uma vagina cabeluda
a ocultar grandes lábios tagarelas;
E fico mais puta ainda
é com a minha prima Leda
e seu papel na vida
que é uma seda
na mente e na cama,
um metabolismo mental.
Menina que se queima fácil
e de sexo quente…
É também uma menina quente
e sem sexo frágil: ativista toda, bandida!
Adoro!
A Leda que é a seda da minha vida
e que tesão, garota!
Concordo!
E eu molhadinha toda nas pontas
me ardo quando faço cera
nas minhas partes íntimas…
Eis uma maconha boa que me lubrifica
de uma combustão afrodisíaca!
Leda assume esse papel na vida
revolucionária e feminista!
Tipo fumaça de um incenso ígneo
sempre ela deixa a alma dela para mim
um caos de arrumadíssima
e assim ela herda
na espera da natureza
uma alma de maconheira subversiva
pirotécnica, fitoterápica, espiritual…
E poética espiritualidade a fluir
de boca em boca
(adubada toda!)
de uma mulher a outra
sem proibições,
sem abusos,
é verdade!
Sem temer as temeridades do proibicionismo!
E eu fico puta mesmo
é de felicidade!
#PraCegoVer: fotografia (de capa) em primeiro plano da flor de uma planta de maconha.
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