#LiberdadeTHCProcê: Precisamos de um basta. Não Mais Preso Por Cultivar!

Sob uma lei obscura e com uma operação conduzida por agentes da polícia civil do DF repleta de abusos de autoridade, mais um ativista é preso por ensinar e cultivar maconha no Brasil.

Esta semana a militância canábica brasileira recebeu com surpresa e revolta a notícia da prisão de Sérgio Delvair Costa, 52, mais conhecido como THCProcê. Sérgio mantinha um canal no Youtube no qual ensinava como cultivar sua própria maconha e com isso contribuía diretamente com diversos pacientes e no combate ao tráfico, removendo diversos usuários das bocas de fumos para colocarem as mãos na terra e cultivar sua própria erva, além de desmistificar o tema no país.

Enquanto explanamos decisões em que juízes absolvem usuários por cultivarem sua própria maconha, ou que descartam a hipótese de tráfico sob a importação de sementes para cultivo próprio, a polícia civil de Gama, no Distrito Federal, ‘invadiu’ nesta quinta-feira (16) o canal do Youtube do militante e ativista THCProcê, noticiando que ele foi preso horas antes por plantar maconha e manter uma cooperativa de sementes, em que os associados pagavam uma mensalidade simbólica para receberem as cepas desenvolvidas por ele.

Na casa de Sérgio foram encontradas 100 plantas de maconha. Como já é de conhecimento de muitos que acompanham a sua causa, o número de plantas é facilmente justificável devido a quantidade de pessoas que THCProcê ajudava com os extratos para uso medicinal.

O próprio agente, que participou da operação e aparece no vídeo, declarou ao G1 que não havia movimentação característica do tráfico. “O curioso é que não havia movimentação de boca de fumo, não haviam usuários circulando por lá.”

Ao praticar seu ativismo, Sérgio acreditava que os usuários de maconha no Brasil deveriam ter o direito de poder se desvincular do tráfico de drogas ao cultivar sua própria erva. Usuário de maconha medicinal há mais de 30 anos, ele compartilhava seus conhecimentos através do seu canal no youtube, na confecção de extratos para uso medicinal e pela cooperativa.

A Cooperativa de Cultivadores do Brasil (CCB), criada por Sérgio, contava com pelo menos 1.500 associados que contribuíam com mensalidades de R$32,80, R$54,80 ou R$74,80, variando do plano o membro recebia 4, 6 ou 8 sementes.

“Um absurdo essa prisão! Se esse homem estivesse nos Estados Unidos, na Holanda ou no Canadá seria considerado um empresário exemplar, desenvolvedor de tecnologias genéticas de ponta, que buscava fomentar autonomia dos consumidores em relação a qualquer mercado ensinando a plantar e não depender assim do tráfico.” Como bem observado pelo historiador Henrique Carneiro em sua rede social que complementa: “quantos pequenos produtores cooperativados de maconha não poderiam existir pagando impostos que aumentariam enormemente a arrecadação do Estado, rompendo a cadeia do grande tráfico e retirando a maconha da esfera da violência. Para a polícia o pequeno plantador caseiro é o inimigo!”

Certamente se fosse no Chile, no Uruguai ou em qualquer país com uma legislação mais avançada, Sérgio estaria à frente de alguma associação de cultivo para uso medicinal de maconha ajudando e contribuindo diretamente com pessoas que necessitam, sendo notícia de uma forma completamente diferente.

Além da prisão absurda de um senhor de 52 anos,  que não tem envolvimento com o tráfico e luta abertamente ajudando pacientes que necessitam do extrato e usuários recreativos, a se livrarem do tráfico de drogas, o que mais revoltou a militância canábica foi a atitude da polícia civil do DF.

Sérgio já era monitorado há um tempo e na quinta-feira (16) os próprios agentes da polícia civil noticiaram de maneira abusiva a prisão do ativista. Notícia que chegou através de um vídeo postado pelos agentes no canal do THCprocê e ameaçando todos os usuários por quase 3 minutos, como você pode assistir abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=PPEE5d2RHdE

O vídeo permaneceu no ar por pouco mais de um dia, tempo suficiente para mostrar ao país inteiro algumas atitudes irracionais e crimes de abuso de autoridade, indo da publicação do vídeo a ameaças às pessoas que comentavam contra a operação.

“Nós temos o endereço de cada um dos colaboradores que pagam R$37 por mês para receberem e cultivarem suas plantas de maconha em casa” – Ricardo Machado, Delegado da Polícia Civil do DF.

Por mais que os conteúdos, que demonstram tais abusos, tenham sido removidos e o perfil do delegado apagado, muita coisa ficou registrada e a Rede Jurídica pela Reforma da Política de Drogas (REFORMA) irá fazer uma representação contra os policiais no Ministério Público do DF, como informa, além de mostrar tais abusos, o artigo de Felipe Cotrim para o Growroom.

Não Mais Preso Por Cultivar

Em pleno 2016 já é de conhecimento geral, bastando uma breve busca no Google para comprovar, que o cultivo caseiro é a melhor opção de combate direto ao tráfico de drogas. Independente da legislação, proibida ou não, o usuário vai continuar existindo e consumindo. E é exatamente isso que Sérgio fazia ao ensinar o usuário a cultivar a sua própria maconha deixando de recorrer o tráfico.

O canal no Youtube existia desde agosto 2010 e tinha 42.749 inscritos, com mais de 5 milhões de visualizações. Um trabalho que por conta da ignorância e da proibição foi destruído. Mesmo com tons de ameaças e no intuito de censura o proibicionismo não calará a militância.

Desde o ocorrido diversas pessoas têm manifestado solidariedade ao THCProcê e mostrado o quanto ele contribuía com pessoas necessitadas e com a causa. Atos estes que não se vê sendo condiz com a de um traficante e sim de uma pessoa solidária.

https://www.youtube.com/watch?v=q3c0VRTWE20

 

#LiberdadeTHCProcê

Infelizmente vivemos num país onde o dono de um helicóptero carregado com 500 kg de cocaína consegue um cargo no ministério e cultivadores de maconha permanecem presos como traficantes, lembrando do Rás Geraldinho e tantos outros cultivadores na prisão, com ThcProcê não foi diferente.

Na audiência de custódia, realizada no sábado (18), o juiz não permitiu que Sérgio respondesse ao processo em liberdade. Segundo nota publicada pela família, “a promotoria foi a favor da liberação, porém, o juiz não aceitou”. Complementam, “mas a luta não acabou. Tentaremos todos os recursos possíveis.”

O caso do Sérgio infelizmente não é o único, mas podemos usá-lo para abrir os olhos da sociedade, dos juízes, dos agentes, dos governantes e de quem mais precisar, e alertar que pessoas de bem estão sendo encarceradas como traficante erroneamente. #NãoMaisPresoPorCultivar #LiberdadeTHCProcê

A família do ThcProcê pede ajuda. Foi criada uma conta bancária em nome de Jacqueline Delvair da Costa, irmã de Sérgio, para arrecadar fundos para custearem o processo. A quantia necessária é em torno de 12 mil reais e qualquer valor é bem vindo. Veja os dados abaixo:

Banco: 104, Caixa Econômica Federal
Agência: 0647
Operação: 013 (poupança)
Conta: 695594-0
Em nome de Jacqueline Delvair da Costa

O Smoke Buddies manifesta repúdio à atitude da Polícia Civil do Distrito Federal que, de forma abusiva e autoritária, faz inversão de valores e prende como traficante justamente um dos ativistas que mais combatiam o tráfico de drogas, cultivando e ensinando a quem não quisesse mais financiar o tráfico e sim cultivar sua própria planta.

Como pregava ThcProcê: Plantar para não comprar!

Leia também: Liberdade THCprocê: Cultivador não é Bandido! – Hempadão

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Sobre Smoke Buddies

A Smoke Buddies é a sua referência sobre maconha no Brasil e no mundo. Aperte e fique por dentro do que acontece no Mundo da Maconha. http://www.smokebuddies.com.br
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