Green Zone: No Rio, turistas encontram praça legalizada
Praça Afonso Pena ganha ‘maconhódromo’ com direito a sinalização “Green Zone”. Desenhos com inscrição em inglês ‘liberam’ a utilização de maconha em área nobre da Tijuca, no Rio de Janeiro. As informações são do jornal O Globo.
RIO – Neste período de Copa do Mundo, os turistas mais desavisados podem achar que a utilização de maconha está legalizada em uma parte do Rio. Localizada em uma área nobre da Tijuca e a menos de dois quilômetros do Maracanã, a Praça Afonso Pena recebeu cinco grandes estênceis, aplicados por anônimos na mureta da Rua Doutor Satamini. Os desenhos, feitos com tela e tinta spray, reproduzem folhas de cannabis sativa, vegetal matéria-prima para a produção da droga, e são acompanhados pela inscrição em inglês “Green Zone”, uma insinuação de que o uso da substância é permitido no local.
A aposentada Iva Melo Coutinho, de 78 anos, mora no quarteirão da praça. Ela relata que a ação foi realizada há mais de um mês, e que nenhuma providência fora tomada desde então.
– A sensação que fica é a de que a droga realmente foi liberada, porque ninguém até hoje veio aqui jogar uma tinta para apagar esse vandalismo. É uma coisa horrorosa, em um espaço público, não tem lógica alguma, mas é reflexo dos dias de hoje. Há uma tolerância grande ao uso da droga, que parece aumentar a cada dia – critica.
O aposentado Romeu Neves, de 75 anos, relata que é comum a presença de jovens, que se encontram para fumar a droga na área durante a noite.
– Evito vir para cá a noite, porque realmente há um grupo de jovens que vem para cá toda noite. Eles bebem, utilizam drogas e falam alto, fazem bagunça. Então, só venho durante o dia, conversar com os amigos e tomar sol. Essa era uma área predominantemente utilizada por idosos – afirma.
A praça abriga um dos acessos da estação de metrô Afonso Pena. Ao lado dele, há uma cabine de polícia, mas a presença da unidade não foi suficiente para conter a ação dos vândalos, como critica a técnica em enfermagem Roberta Freitas, de 28 anos.
– Essas inscrições comprovam que o policiamento da área não é capaz de inibir nem mesmo o vandalismo – resume.
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