Fumar maconha raramente causa psicose, dizem especialistas

Durante anos, cientistas descobriram por meio de uma série de estudos que o consumo de maconha e a psicose poderiam estar relacionados. No entanto, uma revisão feita por profissionais britânicos mostrou apenas um caso de psicose entre 23 mil pessoas analisadas. As informações são do Daily Mail, com tradução e adaptação Smoke Buddies.

Ao longo dos anos, cientistas descobriram por uma série de estudos que o consumo de maconha e a psicose poderiam estar relacionados.

No entanto, uma revisão publicada no dia 20 de abril, um dia para celebrar a maconha, mostra exatamente o oposto, conforme informações do Daily Mail.

Especialistas disseram que casos de condições de saúde mental decorrentes do uso são raros, embora os usuários mais ativos devem manter cautela.

A revisão, feita por cientistas da Universidade de York, no Reino Unido, e liderada por Ian Hamilton, principal autor, afirmou que “o maior perigo que os usuários de cannabis enfrentam é a combinação da maconha com o tabaco”.

“A ligação entre a maconha e casos de psicose tem sido investigada por pesquisadores desde que a erva se tornou popular na década de 60”, disse Hamilton ao The Independent. Ian acrescentou que uma das pesquisas revisadas, feita por cientistas britânicos, mostrou apenas um caso de psicose entre 23 mil pessoas analisadas.

A revisão, publicada no periódico Addiction, afirmou que, embora mais pesquisas sejam necessárias para avaliar o impacto da maconha, os estudos mostraram claramente que quanto mais forte a erva, mais provável é que alguém desenvolva problemas mentais. Contudo, segundo ele, a maioria desses estudos de alto perfil foram conduzidos com estirpes (cepas/tipos) mais fracas da planta, uma vez que à época essa era a norma vigente.

A cannabis de alta potência contém menos canabidiol (CBD), que aparenta proteger os neurônios contra os efeitos negativos da droga, como a psicose. Por outro lado, essa forma possui um nível mais elevado de THC (tetrahidrocanabinol), principio ativo da maconha que pode desencadear os sintomas de psicose.

A revisão também demonstrou pela primeira vez que há evidências de que o uso da maconha pode piorar os sintomas de pacientes com esquizofrenia.

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A psicose é definida como uma forma de doença mental em que as pessoas experimentam delírios e alucinações, ambos ao mesmo tempo.

Comumente associada à esquizofrenia e transtorno bipolar, algumas das vítimas são tão afetadas que acabam cometendo suicídio ou prejudicando gravemente os outros por conta dos delírios e alucinações.

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Segundo afirma o especialista, “a regulamentação do uso da maconha, que hoje é utilizada por mais de 2 milhões de pessoas na Inglaterra e País de Gales, ajudaria a reduzir os riscos à saúde.”

Hamilton complementa dizendo que “um mercado de cannabis regulamentado iria introduzir algum controle de qualidade. Isso forneceria aos usuários informações sobre a potência da cannabis comercializada, algo que geralmente só é descoberto após a exposição do produto no atual mercado sem regulamentação.”

Há dois anos, cientistas afirmaram em um estudo que as estirpes mais fortes de maconha foram responsáveis por até um quarto dos casos de doença mental psicótica. A forma mais potente da erva, conhecida como ‘skunk’, é tão poderosa que os usuários possuem até três vezes mais chances de sofrerem um episódio psicótico do que aqueles que nunca consumiram, segundo estudo feito por pesquisadores da King’s College, em Londres.

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Tal como lá, existe uma situação bem semelhante no Brasil. Com uma regulamentação da maconha no país, se introduz um controle de qualidade e informações do produto comercializado, além de meios para redução de danos. Por isso reafirmamos e pedimos uma mudança na lei, pois se a proibição fosse pensando em sua saúde, ela se chamaria Regulamentação.

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Sobre Dave Coutinho

Carioca, Maconheiro, Ativista na Luta pela Legalização da Maconha e outras causas. CEO "faz-tudo" e Co-fundador da Smoke Buddies, um projeto que começou em 2011 e para o qual, desde então, tenho me dedicado exclusivamente.
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