Fortaleza receberá o ‘I Simpósio Cearense sobre Cannabis Medicinal’
Neste próximo dia 12 de dezembro, a cidade de Fortaleza receberá o I Simpósio Cearense sobre Cannabis Medicinal que será realizado pela Sativoteca e parceiros e contará com a presença de médicos, advogados e ativistas com o intuito de promover o debate e acesso à informação. Saiba mais no artigo de Marcelo Uchôa* para o jornal O POVO.
No próximo dia 12/12, das 8 horas às 22 horas, a ONG Sativoteca promoverá, com o apoio de parceiros, no Auditório da ADUFC (Av. da Universidade, 2346), o I Fórum Cearense sobre Cannabis Medicinal. O evento é fundamental, sobretudo neste momento de grave crise econômica, em que as soluções apresentadas pelo governo alicerçam-se no estrangulamento da renda social e redução dos investimentos em saúde.
A discussão sobre o uso medicinal da maconha, tanto no que toca ao aproveitamento de seus derivados para base medicamentosa como à utilização, em si, da cannabis para a redução dos desconfortos clínicos, vem sendo postergada no País pelo forte preconceito que incide sobre o tema, de um lado por desconhecimento, de outro, pelo desinteresse de laboratórios farmacêuticos em enfrentar eventual concorrência de mercado. As propriedades medicinais da maconha, porém, são inequívocas, e, há muito, se sabe disso.
Séculos atrás, civilizações conheciam o fato por avaliação empírica dos resultados. Hoje, é a ciência que comprova, de maneira conclusiva, a eficácia do uso medicinal da cannabis em um sem número de situações clínicas. Tanto assim que o recurso à maconha para esta finalidade é absolutamente normal em inúmeros países da Europa, da América Latina, bem como no Canadá e em vários estados dos Estados Unidos. Apesar disso, há apenas um par de anos, após movidas inúmeras batalhas judiciais e administrativas, as autoridades de saúde brasileiras autorizaram a utilização de remédios à base de derivados da cannabis (canabidiol e THC), ainda assim com resistência de severos obstáculos de natureza burocrática e alto custo, que praticamente inviabilizam importação, produção, enfim, a livre sociabilização da conquista.
No País, em desfavor do desenvolvimento científico nacional, nem mesmo pesquisas universitárias estão imunes aos empecilhos sobre o manuseamento da maconha. Em Fortaleza, recentemente, um jovem obteve habeas corpus para autocultivar maconha terapeuticamente, sem imposição de cerceamentos de quaisquer naturezas. Esta relevante decisão, que foi uma das primeiras do gênero no país, impõe ao Ceará o desafio de encampar o avanço da discussão à frente dos demais estados, sendo esta a proposta do seminário do dia 12.
Vale a pena conferir.
* Marcelo Uchôa é advogado, professor doutor de Direito e ex-secretário especial adjunto de Políticas sobre Drogas do Ceará.
Serviço
I Simpósio Cearense sobre Cannabis Medicinal
12 de dezembro – 8h às 22h
Auditório da ADUFC, Fortaleza, CE
Entrada: R$ 10,00
Inscrições: http://sativotecasimposio.eventbrite.com.br
Programação:
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