Exército responde a usuário de maconha no Twitter e mostra a que veio: secar gelo
Usuário indignado com a dificuldade que terá para encontrar maconha por conta da Intervenção Federal é respondido pelo Exército: “É por isso que fomos chamados”. Ao que parece, as tropas ali têm o mesmo objetivo que a polícia já buscava há anos e anos de proibição, ou seja, atuar em uma guerra falida.
Quem reside ou passa pelo Rio de Janeiro já pode sentir os novos ares dos velhos tempos da ditadura com a inédita intervenção federal. Aprovado pelo Senado Federal no dia 20/02 por 55 votos a 13 (1 abstenção), o decreto que autoriza a intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro já está em curso desde a semana passada.
O decreto aprovado pelo presidente preocupa a muitos especialistas, inclusive aos usuários que poderão ser gravemente afetados com a intervenção, como é o caso do usuário “Forneira” que se manifestou em sua conta no Twitter.
Nesta quarta-feira (21), os administradores da conta do Exército Brasileiro no Twitter foram surpreendidos com o teor de sua postagem crítica. O usuário disse que ficaria mais difícil encontrar maconha em Petrópolis. Isso porque, segundo ele, o Exército estava fechando as entradas da cidade, localizada na região serrana do Estado. Diante da queixa de “Forneiro”, o Exército afirmou: “É por isso que fomos chamados”.
Como já previsto, a maioria dos comentários são favoráveis ao Exército Brasileiro, confira:
É por isso que fomos chamados.
— Exército Brasileiro (@exercitooficial) February 21, 2018
Entretanto, o que muitos não sabem, principalmente os que comentaram com teor proibicionista, é que com ou sem intervenção do Exército, o usuário vai continuar existindo junto com a oferta.
“O problema da violência no Rio de Janeiro não será resolvido através da intervenção militar
e sim com a regulamentação do cultivo/produção e distribuição das drogas.”
O crime organizado com seu forte armamento e traficância, não começa nos morros, favelas e comunidades do Rio, mas sim nas nobres casas, coberturas, fazendas e helicópteros e aviões ligados a senadores, nos caminhões do próprio exército e até de dentro da própria corporação policial, com os agentes corruptos. Mas a intervenção está na porta de quem?
Não há paióis de pólvora, fábricas de armas e tão pouco cultivos e grandes produções de drogas nas favelas. Imagine uma pirâmide e observe que quem está no topo certamente não está sofrendo os efeitos da intervenção federal, como os moradores das comunidades cariocas.
O problema da violência nos morros do Rio de Janeiro não será resolvido através de mais violência como o uso da intervenção militar e sim com a regulamentação do cultivo/produção e distribuição das drogas. O mundo já mostrou que esse é o melhor caminho para por fim a esta guerra que, por hora, parece interminável.
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