Nos EUA, legalização da maconha impulsiona valorização de imóveis

Uma flor de maconha e logo abaixo parte do braço e das mãos com luvas pretas de um trimmer (aparador) trabalhando em um cultivo legal da erva em Denver, Colorado.

Nos EUA, os frutos da legalização da maconha podem ser observados tanto no mercado da erva quanto em outras atividades econômicas que também prosperam, como acontece no ramo imobiliário do estado do Colorado. As informações são da Galileu.

Para além do debate a respeito da segurança pública, os números não deixam mentir: a legalização da maconha é um ótimo negócio. Desde 2014, quando a erva foi liberada para uso recreativo no estado norte-americano do Colorado, novos negócios relacionados ao cultivo e venda da maconha floresceram e geraram oportunidades de mercado. Em 2017, as vendas ultrapassaram US$ 1,5 bilhão e geraram US$ 247 milhões em impostos para o estado.

Graças a esse novo negócio, outras atividades econômicas cresceram no Colorado. De acordo com pesquisa realizada pela Universidade do Mississipi, a “corrida verde” foi responsável pela valorização dos imóveis do estado: nos últimos anos, a variação de preço dos empreendimentos foi 6% maior no Colorado em relação aos outros estados que ainda não legalizaram a maconha.

O motivo para a valorização dos imóveis se deve por uma questão de demanda: cada vez mais pessoas decidem morar em cidades no Colorado. Os interessados não são apenas consumidores que desejam fumar um baseado sem ter problemas legais: empreendedores se dirigem a esses locais para criar novos negócios relacionados à indústria da maconha.

Tronco e mãos de uma pessoa que coloca flores de maconha em uma balança ao lado de outros recipientes cheio delas, em uma loja de maconha no Colorado.

#PraCegoVer: fotografia do tronco e mãos de uma pessoa que coloca flores de maconha em uma balança ao lado de outros recipientes cheio delas, em uma loja de maconha no Colorado. Créditos: Brennan Linsley – AP.

De acordo com relatório da Marijuana Business Daily, que fornece dados sobre o mercado da Cannabis, as vendas legais alcançarão US$ 8 bilhões em 2019. Segundo o estudo, para cada dólar de maconha vendida, ao menos US$ 2,60 são gerados na economia. Eles vêm de serviços relacionados à indústria, como laboratórios de testes e equipamentos de jardinagem.

Em 2016, oito estados norte-americanos decidiram em plebiscito legalizar a maconha para uso medicial ou recreativo. A estimativa é de que quase um quarto da população dos Estados Unidos vive em locais onde a erva é completamente legalizada.

Apesar dos efeitos positivos na economia, os empreendedores do mercado enfrentam um problema crucial para os negócios: a impossibilidade de operar no sistema bancário norte-americano. Isso porque a droga não só é ilegal em âmbito federal como também é considerada tão perigosa quanto a heroína.

No Brasil, o debate caminha a passos lentos. Em 2016, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu regras para a prescrição médica e importação de medicamentos formulados com canabidiol e tetrahidrocannabinol (THC), substâncias extraídas da maconha. Isso não significa que o uso medicinal está liberado no país: em casos específicos, os pacientes poderão trazer medicamentos com essas substâncias produzidos em outros países.

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#PraCegoVer: fotografia (de capa) em close de uma flor de maconha e logo abaixo parte do braço e das mãos com luvas pretas de um trimmer (aparador) trabalhando em um cultivo legal da erva em Denver, Colorado. Créditos da foto: Kevin J. Beaty – Denverite.

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