Quem se esconde atrás do verde?

Não é novidade pra ninguém: maconha é proibida no Brasil. Esse texto busca levantar os interesses por trás da proibição. Para QUALQUER pessoa que debruce sobre a questão, fica muito claro o poder inofensivo da maconha enquanto substância. Cerveja faz mais mal, cigarro faz mais mal, se duvidar, café faz mais mal. Isso é clichê falar, mas ainda é preciso repetir.

Alguns dos interessados na atual situação de proibicionismo são senhores como Ronaldo Laranjeiras (psiquiatra dono de clínicas), que dizem não haver níveis seguros de consumo da substância. Que a maconha é porta de entrada para outras drogas. Bom, eu nunca vi ninguém tremer de vontade de virar Velho Barreiro simplesmente porque passou a beber cerveja com os amigos, em festas; ou mesmo em churrascos em casa. O mesmo se aplica à maconha e outras drogas. O problema do dependente químico é seu corpo desregulado, não necessariamente as substâncias. Casos como o de Laranjeiras se resumem na conclusão: Ele LUCRA absurdos com a dependência química alheia. Por isso, o discurso de que o maconheiro vai passar para outras drogas aterroriza famílias mal informadas e isso, automaticamente, faz a conta desse senhor engordar. É claro que pais e mães mal informados pensam rapidamente em internação quando pegam a paranguinha do filhote ou da filhota.

Outros interessados na proibição são os traficantes. A maconha é o produto mais vendido por eles, não o mais lucrativo – a cocaína ocupa esse lugar –, mas o de maior volume. Para eles é ótimo que se tenha um produto altamente vendido sob seu domínio; inclusive essa é a hora que dependentes químicos penam. Outras substâncias são empurradas para eles, por vezes, até de graça. Até que se viciem.

Talvez a bancada evangélica na câmara de deputados seja um grande empecilho quando avançarmos a discussão da descriminalização e da legalização. Eles só aceitam que as pessoas alterem a consciência em seus cultos. O moralismo e a cagação de regra para a vida alheia não os deixam enxergar que, se houver um deus – e aqui é questão de fé perticular – ele ficaria muito feliz de ver as pessoas zen, leves e rindo de qualquer besteira ao entrarem em contato com ele. Se existe um Deus, ele adora maconha. É a substância da paz.

Agora só falta nosso querido senado e nossa querida câmara avançarem. O mundo mudou e – hoje – nós maconheiros somos vistos com mais respeito. Parece que todos caíram na real quanto aos benefícios e – quase inexistentes – malefícios de se fumar um green de responsa.

Saiam de trás da planta e venham aprender a bolar, hipócritas proibicionistas.

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Em breve novidade nas prateleiras com o lançamento do seu livro “Tive um sonho pornô

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