Erva da Paz: Legalização da maconha não aumenta a criminalidade, revela estudo

Pesquisadores da Universidade do Texas, em Dallas, revelam que a legalização da maconha não se correlaciona com o aumento na criminalidade e argumentam que, no caso, pode realmente auxiliar na redução da violência.

O estudo traçou uma ligação entre maconha e álcool, presumindo que a legalização da maconha pode reduzir o número de crimes relacionados ao uso de álcool. Confira as informações que são da MSNBC, traduzido pelo Visão Ampla.

Três meses depois da legalização do uso recreativo da maconha no Colorado, o xerife Tom Allman de Mendocio County, na Califórnia – um paraíso para os plantadores de maconha – advertiu que uma explosão da criminalidade ocorreria no Colorado.

“Eles colocam máscaras, eles invadem sua casa, eles chutam sua porta. Eles apontam armas para você e dizem: ‘me dê sua maconha, me dê o seu dinheiro’ “, disse Allman a uma emissora de TV de Denver, em fevereiro. A Califórnia se tornou o primeiro estado a legalizar a maconha para uso médico em 1996; o Colorado seguiu o exemplo em 2000.

Mas um novo relatório afirma que, 14 anos mais tarde, e mesmo depois do Colorado ter legalizado a venda de pequenas quantidades de maconha para uso recreativo, em 01 de janeiro deste ano, as taxas de crimes violentos e de propriedade da cidade estão realmente caindo.

De acordo com os dados do Departamento de Polícia de Denver, a criminalidade violenta (incluindo homicídio, estupro, roubo e agressão) caiu 6,9% no primeiro trimestre de 2014, em comparação com o mesmo período em 2013. Os crimes de propriedade (incluindo roubo, furto, roubo de veículo a motor e incêndio) caíram 11,1%.

Outro estudo, publicado no mês passado na PLos ONE, investigou a legalização da maconha medicinal em todo o país. Os resultados mostraram que, não só a legalização da maconha medicinal não se correlaciona com um aumento no crime, mas, argumentam pesquisadores da Universidade do Texas, ela pode realmente reduzi-lo.

Usando estatísticas do FBI e o controle de variáveis como as taxas de desemprego e de pobreza; renda per capita; idade dos residentes; proporção de moradores com diploma universitário; número de policiais e prisioneiros; e até mesmo o consumo de cerveja, os pesquisadores analisaram dados de todos os 50 estados, entre 1990 e 2006 (a Califórnia se tornou o primeiro estado a legalizar a maconha medicinal em 1996; na década que se seguiu, 10 estados seguiram o exemplo. Hoje, esse número é de até 20 estados, mais o Distrito de Columbia). Os pesquisadores concluíram:

“A principal descoberta deste estudo foi que a LMM (legalização da maconha medicinal) não é preditivo de taxas de criminalidade mais elevadas e pode estar relacionada com as reduções nas taxas de homicídio e assalto. Curiosamente, as taxas de roubo e furto não foram afetadas pela legislação da maconha medicinal, o que contraria a afirmação de que dispensários de maconha se tornam um fator de risco por fornecer oportunidades relacionadas com a quantidade de drogas e dinheiro que estão lá presentes.”

O estudo traçou uma ligação entre maconha e álcool, presumindo que a legalização da maconha poderia fazer o número de crimes relacionados ao uso de álcool declinar.

“Embora seja importante manter a cautela ao interpretar estes resultados como prova de que a Legalização da Maconha Medicinal reduza o crime, estes resultados vão de encontro com evidências recentes e com a noção de longa data que a legalização da maconha pode levar a uma redução do uso de álcool por indivíduos que substituem maconha pelo álcool. Dada a sabida relação entre álcool e crimes violentos, pode-se presumir que a substituição do álcool pela maconha leva a reduções nas taxas de crimes violentos, que podem ser detectadas em nível estadual.”

O grupo pró-legalização Norml citou um estudo de 2002, realizado por David Boyum e Mark Kleiman, argumentando que a regulamentação da maconha nos mesmos termos que o álcool “tenderia a reduzir a criminalidade.”

Com um número crescente de estados se movendo para legalizar o uso e comercialização de ambas, a maconha medicinal e recreativa, a opinião pública tem mudado dramaticamente. Uma pesquisa Gallup, de outubro 2013, mostrou que, pela primeira vez, a maioria dos americanos era favorável a legalização da maconha. Os 58% dos entrevistados que disseram ser a favor da legalização, no ano passado, representaram cerca de cinco vezes o número dos favoráveis em 1969.

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