Empreendedor da maconha sonha com arranha-céu de 100 andares para cultivo

Byrd imagina um arranha-céu envidraçado de 100 andares cheio de hortas empilhadas de frutas, vegetais e grãos. Segundo o empresário, a mesma tecnologia que atualmente permite o cultivo indoor de maconha de qualidade em fazendas verticais, poderá um dia produzir tomates perfeitos ou alfaces suculentas. As informações são da Bloomberg, via Uol Economia.

Para Rick Byrd, o futuro da agricultura é alto, sem terra e localizado.

A visão de Byrd sobre arranha-céus agrícolas para alimentar moradores das cidades começa com um tipo muito diferente de cultivo: a maconha.

O empresário de 45 anos é CEO e fundador da Pure Agrobusiness, companhia que vende equipamentos para o cultivo de maconha legalizada nos EUA, um mercado avaliado em US$ 6 bilhões em 2016 com expectativa de alcançar US$ 50 bilhões em 2026, segundo a Cowen & Co.

Como a maconha tem margens de lucro mais altas que os alimentos e é cultivada basicamente em ambientes internos, Byrd disse esperar que as inovações aperfeiçoadas pela PureAgro, com a ajuda do feedback do cliente, possam um dia revolucionar a produção de alimentos. É só uma questão de custo.

A maconha é “o catalisador perfeito para gerar uma mudança que eu vejo como realmente necessária na agricultura”, disse Byrd, em entrevista. “Não se pode fazer os caminhões comuns percorrerem 2.400 quilômetros até o seu prato. E obviamente não existe forma de cultivar a quantidade necessária de hectares para alimentar a cidade de Nova York sem verticalizar.”

Byrd imagina um arranha-céu envidraçado de 100 andares cheio de hortas empilhadas de frutas, vegetais e grãos. A mesma tecnologia que atualmente permite o cultivo indoor de maconha de qualidade em fazendas verticais poderá um dia produzir tomates perfeitos ou alfaces suculentas, disse Byrd. As plantas são sustentadas por papel ou malha, que substituem o solo. Luzes poderosas fazem o trabalho atualmente cumprido pelo sol, só que melhor. Os dados recolhidos calibram o espectro de luz e os nutrientes exatos para que as plantas tenham viço, e máquinas gotejam apenas a quantidade suficiente de água. As colheitas são frequentes — quatro a cinco por ano, contra uma ao ar livre.

Cultivo indoor de maconha – Foto: CropSupply

Novas tecnologias

Como o preço não costuma ser um grande problema no que diz respeito à maconha, os produtores têm mais capacidade para se adaptar a tecnologias novas e mais caras. Uma onça (28 gramas) de couve, por exemplo, custa US$ 0,49 na Whole Foods Market. A mesma quantidade de maconha sai por US$ 150 a US$ 200, segundo dados da empresa de pesquisa BDS Analytics. Quando as despesas da tecnologia caírem o suficiente, chegará um ponto de inflexão e os produtores de alimentos poderão tirar vantagem daquilo que os produtores de maconha já usam. Como a maconha legalizada nos EUA está reduzindo os custos, até mesmo os produtores da erva precisarão de tecnologias mais baratas, disse Byrd.

Considerando que a maior parte da população mundial vive em centros urbanos, futuramente será necessário cultivar alimentos por perto, disse Al Shay, instrutor do Departamento de Horticultura da Universidade do Estado de Oregon, em Corvallis.

Mas a força do lobby da agricultura baseada em terras tem impedido a indústria indoor de se espalhar mais, disse ele. A indústria da maconha pode ser o empurrão que falta, disse ele.

“As pessoas brincaram com baterias nos carros por muito tempo”, disse Shay. “Mas foi preciso que aparecesse Elon Musk com a Tesla e deixasse esses carros altamente eficientes e atraentes.”[:en]

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