Cresce número de bichos tratados, mas também intoxicados, com maconha nos EUA

A tendência já está tão estabelecida que desde junho de 2015 existem algumas lojas especializadas no tratamento de animais doméstico com maconha medicinal. As informações são do Terra

O número de gatos, cachorros e outros animais domésticos que são tratados com maconha medicinal vem crescendo no estado americano do Colorado, da mesma forma que a quantidade de animais que se intoxicam, geralmente por ingestão de alimentos que contêm a erva.

“Desde que a maconha foi legalizada no Colorado, os veterinários notaram um aumento no número de animais que precisam ser tratados por ingestão acidental de maconha. Agora que a maconha é oferecida na forma comestível, os cachorros têm mais chances de ficar expostos”, disse à Agência Efe a porta-voz da Associação de Médicos Veterinários do Colorado (CVMA), Lauren Gladu.

“Os biscoitos de chocolate com maconha são especialmente perigosos, porque o chocolate também é tóxico para os cachorros”, acrescentou.

No Colorado, a maconha medicinal é legalizada desde 2000 e a maconha recreativa pode ser usada desde janeiro de 2014. Os veterinários, no entanto, não são autorizados a receita-la, mas isso não impede que organizações, como a Câmara de Comércio de Cannabis do Colorado, promovam a venda de produtos para animais de estimação nos dispensários de maconha no estado.

A tendência já está tão estabelecida que desde junho de 2015 existem algumas lojas especializadas no tratamento de animais doméstico com maconha medicinal.

Por isso, não surpreende que, atualmente, 77% dos donos de cachorros no Colorado e em outros estados administrem maconha medicinal a seus bichos, de acordo com um relatório científico publicado este ano pela Faculdade de Medicina Veterinária e Ciências Biomédicas da Universidade Estatal do Colorado.

Outro estudo, este realizado em 2012 pela pesquisadora Stacy Meola, do Departamento de Emergências do Hospital Veterinário de Wheat Ridge, encontrou uma correlação entre a abertura de dispensários de maconha médica no Colorado com o aumento nos casos de cachorros e outros animais de estimação intoxicados por cannabis.

Segundo Stacy, a ingestão acidental dos animais da erva em casa quadruplicou desde a legalização da maconha medicinal no Colorado. Ao todo, 125 cachorros se intoxicaram entre 2005 e 2010, sendo que dois deles morreram.

Pelo fato de esses estudos demandarem o recolhimento de dados pelo menos por cinco anos, faltam vários anos até que seja possível realizar um estudo similar focado na maconha recreativa.

Mas, segundo Lauren Gladu, os relatórios e as dúvidas que a CVMA recebe indicam que esses problemas já existem e a intoxicação dos animais de estimação com maconha complica ainda mais porque cada espécie reage de uma maneira e existem antídotos ou exames de rápida detecção.

“Se um animal ingere maconha acidentalmente é imprescindível entrar em contato com um veterinário. Nos animais de estimação, a intoxicação com maconha produz sintomas parecidos aos da meningite e aos de tumores cerebrais”, especificou a porta-voz da CVMA.

As leis atuais do Colorado determinam que a maconha medicinal ou recreativa seja armazenada “de maneira segura para impedir o acesso de crianças ou de animais de estimação”.

Isso significa que o pacote deve estar fora da vista e do alcance dos menores de idade e dos animais, dentro de um recipiente difícil de ser aberto e, preferencialmente, com chave. Em casos extremos, as autoridades podem intervir se considerarem que a negligência chega ao nível de crueldade contra os animais, considerada crime no Colorado.

Apesar de o problema se concentrar no Colorado, ele não se limita a este estado. Segundo estatísticas da Sociedade Americana de Prevenção da Crueldade contra Animais (ASPCA), em 2014 (ano com dados completos disponíveis mais recente), a organização recebeu 539 chamados reportando casos de animais acidentalmente intoxicados com maconha.

No entanto, a própria instituição, que por conta da falta de estudos sobre o tema não apoia o uso de cannabis para animais, destaca que outros produtos (como remédios, inseticidas e venenos contra ratos) produzem anualmente ainda mais intoxicações em animais de estimação do que a maconha recreativa.

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