Cerveja à base de maconha é a nova aposta no mercado de bebidas

Várias mãos segurando canecas de vidro grandes com cerveja

Investimentos de gigantes da cerveja, como Heineken e Corona, no mercado de maconha comprovam a expectativa de crescimento do novo nicho. As informações são da IstoÉ Dinheiro.

Molson Coors, Heineken, Coca-Cola, Corona. Além de referências mundiais na produção de cerveja e refrigerantes, as marcas têm em comum o recente interesse em produtos feitos à base de maconha.

A mudança na regularização e o afrouxamento de leis para o uso da cannabis nos últimos anos criaram um nicho a ser explorado. Desde comidas até remédios, passando por roupas e produtos de beleza, o mercado da maconha está em franca e constante expansão.

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A Constellation, terceira maior cervejaria dos EUA, pagou, em agosto, US$ 4 bilhões por 38% de participação na Canopy Growth, a maior produtora de maconha de capital aberto. A aquisição integra um plano de produção de bebidas e outros produtos infundidos com maconha. Este foi o maior investimento no setor até o momento.

Na segunda-feira 17, foi divulgado que a Coca-Cola está projetando uma bebida inédita à base de maconha. Em parceria com Aurora Cannabis Inc., a gigante dos refrigerantes planeja desenvolver uma nova linha com canabidiol, comumente referido como CBD, um produto químico não-psicoativo encontrado na maconha.

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Mudança de comportamento
De acordo com o site Business Insider, o interesse das empresas pela maconha está relacionado à queda no consumo de cerveja e outras bebidas pelas novas gerações. A Molson Coors registrou queda nas vendas pelo quarto trimestre consecutivo, e as vendas da Heineken caíram no primeiro semestre deste ano.

Estudos mostram que a maconha está diretamente relacionada a essa transformação. O consumo exagerado de bebidas alcoólicas caiu drasticamente nos estados que a erva foi liberada, afirma Azer, analista do setor de cannabis no banco de investimentos Cowen.

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Os usuários devem gastar até US$ 32 bilhões em todo o mundo com o uso de maconha recreativa nos próximos quatro anos, estima um relatório da ArcView Market Research e da BDS Analytics.

Já outro levantamento pela empresa de investimentos Canaccord Genuity estima que 50% de toda a maconha consumida nos EUA nos próximos anos seja através de produtos derivados, como alimentos e bebidas.

“Acreditamos que a fusão das indústrias de cannabis e bebidas tem um grande potencial para os investidores que buscam colher os benefícios da inovação no espaço”, disse um grupo de analistas da Beacon Securities, banco de investimentos de Toronto.

Novas experiências
A chave para o desenvolvimento de infusões com maconha, de acordo com as empresas com as quais a Business Insider conversou, é dar às pessoas controle total sobre a experiência.

O lúpulo Hi-Fi da Lagunitas, disponível na Califórnia por US$ 8 a lata, oferece duas opções não-alcoólicas. Uma versão mais forte com 10 miligramas de THC. A empresa também oferece uma versão híbrida mais fraca, que contém 5 miligramas de THC juntamente com 5 de CBD, uma substância química não-psicoativa na planta.

A startup Two Roots, sediada em Nevada, está desenvolvendo uma linha de cervejas infundidas com THC, incluindo uma IPA com uma dose relativamente baixa de 2,5 miligramas do princípio ativo.

“É um produto socialmente integrado”, afirma Kevin Love, diretor de desenvolvimento de produtos da empresa. “Ele foi projetado para que você possa ter quatro ou cinco deles, como em um bar em uma noite de sexta-feira, para ter o efeito desejado.”

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#PraCegoVer: fotografia (de capa) de várias mãos segurando canecas de vidro grandes com cerveja. Créditos da foto: AFP.

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