Cadeira feita com maconha é premiada na Semana do Design de Milão

Fotografia que mostra duas das cadeiras Halo, uma azul e outra vermelha (com estrutura de madeira natural sem pintura), viradas uma para a outra; e um fundo branco. Milão.

A cadeira de cânhamo, premiada em Milão, é o projeto do alemão Philipp Hainke. Para o designer, a principal intenção é mostrar como é possível fazer algo que não seja uma ameaça ao planeta.

A pesquisa e a experimentação com materiais de origem natural levaram dois dos três prêmios do Salone Satellite, o setor do Salão do Móvel que reúne os designers de até 35 anos, na Semana do Design de Milão. Neste ano, foram cerca de 550 expositores selecionados para o espaço, segundo noticiou a FolhaPE.

A premiação aconteceu nesta quarta (10). O primeiro lugar ficou com o japonês Kuli-Kuli, que desenvolveu objetos de couro, como carteira, usando a pele da raça bovina que é criada na cidade de Kobe. A carne da raça wagyu, que dá origem ao kobe beef, é considerada uma iguaria, mas o couro do animal costuma ser descartado.

Segundo os organizadores, o trabalho foi premiado “por desenvolver, a partir do material, um sistema de design aplicável em diversas tipologias de produtos”.

O prêmio se relaciona diretamente com o tema escolhido para o Salone Satellite deste ano, “Food as a Design Object”. O tema serve para indicar tendências aos designers, mas eles não obrigados a aderir à proposta.

No entanto, a criação de materiais, móveis e objetos a partir de ingredientes ou voltados para o ato de se alimentar é uma das tendências desta Semana de Design, que inclui a feira e os mais de mil eventos paralelos que acontecem na cidade italiana.

Em segundo lugar, ficou o projeto do alemão Philipp Hainke, criador da cadeira Halo, que tem assento e encosto feitos a partir do cânhamo, planta da espécie Cannabis sativa, a mesma da maconha.

Desenvolvido ao longo de dois anos, o material é um composto de fibra, usado na parte externa, de lascas, para o miolo, e de cola de caseína e calcário. “A construção em forma de sanduíche é que dá a estabilidade e a firmeza para o material ser usado na cadeira”, explicou Hainke. Por ser de origem natural, o material é 100% biodegradável.

“Os designers têm que pensar em alternativas. Não acho que vou encontrar alguém na feira interessado em fabricar esse material, não penso nele como um projeto comercial. Minha principal intenção é mostrá-lo como uma das possibilidades para o futuro e como é possível fazer algo que não seja uma ameaça ao planeta”, diz.

O terceiro lugar ficou com outro japonês, o designer Baku Sakashita, que criou luminárias extremamente delicadas feitas com papel japonês e fios finíssimos de aço.

O Brasil não tem nenhum representante Salone Satellite deste ano.

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#PraCegoVer: fotografia (de capa) que mostra duas das cadeiras Halo, premiadas em Milão, uma azul e outra vermelha (com estrutura de madeira natural sem pintura), viradas uma para a outra; e um fundo branco. Créditos da foto: designboom.

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