Bubbleman: conheça o mestre das extrações e concentrados

Fotografia em primeiro plano de Marcus Bubbleman vestindo uma luva preta e fazendo sinal positivo no lado esquerdo da foto, e ao fundo uma prensa térmica durante um processo de extração sem solvente, onde se vê duas folhas brancas saindo para fora, uma para cima e a outra para baixo, e entre as duas o concentrado amarelado que escorre em fios densos.

Possuidor de um amplo conhecimento sobre o universo da maconha, que vai do cultivo de cânhamo industrial aos métodos mais avançados de extrações sem solventes, passando pela macrofotografia de buds e concentrados, o canadense Marcus Bubbleman trocou uma ideia com o Ganja Talks e você confere aqui.

Ativista, empreendedor e fotógrafo de cannabis há mais de vinte anos, Marcus Bubbleman acumula um vasto conhecimento sobre o universo da maconha, que vai do cultivo de cânhamo industrial aos métodos mais avançados de extração sem solventes, passando pela macrofotografia de buds e concentrados.

O canadense dedicou sua vida profissional à cannabis, cultivando para pacientes do BC Compassion Club (mais antigo e maior dispensário médico de cannabis sem fins lucrativos do Canadá), empreendendo com as Bubble Bags – extratores desenvolvidos por ele para produzir hash caseiro e sem solventes e produzindo fotos para publicações como National Geographic, Cannabis Culture e High Times.

Não bastasse tudo isso, Bubbleman ainda dá o nome a um dos mais populares métodos de extração, o Bubble Hash. Sua empresa produz concentrados canábicos a partir de algumas técnicas sem solventes, e com flores certificadas e isentas de pesticidas, visando garantir a alta qualidade dos produtos.

#PraCegoVer: macrofotografia em vista superior do concentrado obtido através do método Bubble Hash, que tem a aparência de vários pedacinhos de cera de vários tamanhos e formatos irregulares, de cor âmbar marrom, sobre um fundo preto.

#PraCegoVer: macrofotografia frontal de uma gota de tonalidade âmbar sobre uma superfície metalizada. Créditos: Marcus Bubbleman.

Para entender mais sobre extrações canábicas, o Ganja Talks trocou uma ideia com Bubbleman, que você acompanha a seguir.

Ganja Talks – Quando você começou a se interessar por extrações de cannabis?

Marcus Bubbleman – Meu primeiro contato com a cannabis foi quando eu tinha 14 anos, em 1987, e não demorou muito para eu me ligar em hash e óleo, e imediatamente gostei deles ainda mais do que da cannabis. Porém, só comecei a fazer hash em 1996, quando me mudei de Winnipeg, em Manitoba, para Vancouver, em British Columbia.

GT – Como você acha que as extrações podem revolucionar a maneira como se consome e se experimenta a cannabis?

MB – Bem, elas são a medicina. Se você consome cannabis para efeitos terapêuticos ou recreativos, esses são os compostos que você quer inalar, ou ingerir. O resto da planta, nesse ponto, é realmente apenas fibra. Então, acredito que remover as diluições e manter inalterada a resina sempre produzirá um medicamento de maior calibre.

GT – Fale um pouco sobre o desenvolvimento da técnica de extração bubble hash, que foi nomeada em referência a você.

MB – Em 1998, depois de ter sido pego com mais de 7 quilos de cannabis que estava mantendo para o BC Compassion Club Society, tive de pensar em alternativas para ganhar a vida. Ouvi falar sobre uma máquina da Europa desenvolvida para extrair a resina usando água e gelo (extrator gelado). Soube que um kit de bags foi desenvolvido para recriar essa máquina, mas não fiquei muito impressionado com ele, então criei meu próprio kit. Comecei com três bags e, eventualmente, ampliei para um kit com oito modelos.

#PraCegoVer: fotografia frontal de oito bolsas coloridas, uma dentro da outra, com a bordas dobradas para fora e mostrando as etiquetas onde se lê “Bubble Bags”, formando uma torre que se sustenta sobre um balde azul, com uma etiqueta onde se lê “Bubble Bucket”, sendo as cores das bolsas, de baixo para cima, roxa, branca, amarela, preta, laranja, vermelha, verde e azul, sobre uma superfície de madeira. Ao fundo, fora de foco, uma paisagem formada por árvores, montanhas, algumas com com neve, e o céu azul repleto de nuvens. Créditos: Marcus Bubbleman.

GT – Quais são as principais diferenças entre extrações com e sem o uso de solventes?

MB – Bem, uma delas usa a técnica de isolamento, que especificamente consiste em uma separação mecânica, que isola as cabeças de tricoma, intactas, do resto da matéria. As extrações com solvente, por sua vez, derretem de fato as cabeças da planta e depois são coletadas quando os solventes evaporam e o medicamento é o que fica. Para mim, compartilhar técnicas sem solventes é muito mais seguro para ensinar as pessoas, que são suscetíveis a erros aqui e ali… Nos métodos sem solventes, o pior cenário é um derramamento de água, enquanto com solventes, é uma explosão, o que pode ser extremamente perigoso.

GT – De que maneira os canabinoides, terpenos e flavonoides influenciam na extração? E como escolher o melhor método, baseado nos efeitos desejados do produto?

MB – Os canabinoides, terpenos e flavonoides é o que extraímos, então eles possuem enorme influência na extração. A cabeça glandular de tricoma é um pequeno laboratório produzindo esses componentes medicinais. Do isolamento mecânico, seja seco ou molhado, às técnicas de rosin ou à extração por solventes, todas possuem pontos fortes e fracos, é uma questão de entendê-los.

GT – O que deve ser levado em conta no momento de fazer a primeira extração sem solventes?

MB – Entender onde está o remédio e entender as técnicas é muito importante, já que algumas são contra intuitivas e, portanto, as pessoas tendem a cometer erros muito simples que afetam profundamente o produto final. Aprender com quem já cometeu esses erros é a chave.

#PraCegoVer: macrofotografia de uma linda placa de extração na tonalidade âmbar amarelo com bolhas e furos, com uma aparência que lembra uma placa de caramelo. Crédit0s: Marcus Bubbleman.

GT – Como você analisa a indústria canadense de extrações canábicas?

MB – As coisas estão devagar aqui no Canadá. Quando falamos da indústria, na verdade, temos duas – a legal e a ilegal. A indústria legal é muito lenta para chegar ao mercado, porque ainda não permite o comércio de varejo de edibles, óleos ou hashs. Recentemente, um produtor licenciado conseguiu licença para vender sift pela primeira vez. Estou em contato com uma empresa local de British Columbia para iniciar o pedido de processamento de métodos sem solventes, mas a licença ainda está em aplicação.

GT – Se você pudesse especular o futuro do consumo de cannabis, de acordo com sua experiência no mercado, como ele seria?

MB – Eu sempre vi a cannabis como uma surpresa, então eu realmente não acho que um caminho é melhor que outro, estou mais interessado em compartilhar todos os métodos que as pessoas podem usar para consumi-la. Eu adoro vaporizar e dar dabs do meu fullmelt dry sift e bubblehash, assim como o rosin. Eu amo a capacidade de ingerir extrações de óleo da planta, em cápsulas ou edibles etc. Adoro que as pessoas podem usar o método tradicional, de simplesmente enrolar um baseado – nada funciona melhor em lugares como shows ou parques. Embora eu não fume mais maconha, jamais gostaria de ver isso proibido.

Quer saber mais sobre extrações sem solventes? Acompanhe gratuitamente a aula inaugural desenvolvida pelo Ganja Talks University em parceria com o próprio Marcus Bubbleman.

#PraCegoVer: fotografia (capa) em primeiro plano de Marcus Bubbleman vestindo uma luva preta e fazendo sinal positivo no lado esquerdo da foto, e ao fundo uma prensa térmica durante um processo de extração sem solvente, onde se vê duas folhas brancas saindo para fora, uma para cima e a outra para baixo, e entre as duas o concentrado amarelado que escorre em fios densos.

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