“Baseado eletrônico” com componente de maconha vira moda na França

A França registra um aumento significativo na venda de cigarros eletrônicos e vaporizadores contendo canabidiol (CBD). O surgimento do “baseado eletrônico” preocupa o jornal Aujourd’hui en France pelo elevado consumo de tabaco e maconha na França. As informações são da Rfi.

Segundo o jornal, o canabidiol foi associado a vários líquidos para cigarros eletrônicos vendidos pela internet e nas lojas especializadas, gerando uma nova moda entre os franceses. Em fóruns na internet e nas redes sociais, os usuários que experimentaram o novo coquetel falam que se sentem menos estressados e mais “zen” ao vaporizar o canabidiol.

A novidade é preocupante, na avaliação do Aujourd’hui en France. Além de viciados no tabaco, os franceses também são grandes consumidores de maconha. Cerca de 1,4 milhão de pessoas consomem a droga regularmente no país e pelo menos 5 milhões de franceses declararam ter fumado maconha pelo menos uma vez no ano passado.

O jornal relata que as misturas aromatizadas para cigarro eletrônico com o CBD são proibidas, mas acabam sendo vendidas por causa de brechas na legislação. A jornalista autora da reportagem não teve a menor dificuldade de comprar o cigarro eletrônico turbinado a canabidiol.

O sucesso do “baseado eletrônico” se espalhou tão rapidamente que nos sites de venda existe uma seção especializada para os líquidos com canabidiol, em fórmulas sugestivas: sabor limão siciliano com cannabis ou, mais exótico, manga, abacaxi, ervas e cannabis.

Os franceses podem comprar o produto num site da Holanda, que faz entregas na França pelo correio, concentrados de até 75% de canabidiol para diluírem a gosto em seus vaporizadores. Essas essências especiais são identificadas por nomes sugestivos como “bruma” e “amnésia”.

Venda autorizada apenas em medicamentos

A venda do canabidiol só é autorizada na França quando a substância se encontra na composição de remédios, segundo a Agência Nacional de Segurança dos Medicamentos. Uma vez que o cigarro eletrônico não é considerado um medicamento, os líquidos de vaporização contendo a molécula são proibidos. O problema é que as autoridades têm sido ineficazes na fiscalização.

Especialistas explicam que o canabidiol não tem o efeito alucinógeno do THC (tetra-hidrocarbinol), o principal composto da maconha. Mas a substância também pode se revelar perigosa porque altera a atenção do usuário e não é detectável nos motoristas.

Aujourd’hui en France diz em seu editorial que a moda do “baseado eletrônico” pegou as autoridades sanitárias francesas de surpresa. O jornal não acredita que sua comercialização vá recuar, mas recomenda ao governo que ao menos “esclareça a legislação em torno dessa fumaceira”.

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